quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Energia para indústria no Brasil é a quarta mais cara do mundo

A indústria brasileira paga a quarta conta de energia mais cara do mundo, o que afeta a sua competitividade. A tarifa de consumo industrial, de R$ 329,00 por MWh na média nacional, fica atrás apenas de Itália, Turquia e República Tcheca, segundo estudo inédito da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro). A tarifa média dos 27 países que participaram do levantamento foi calculada em R$ 215,50 por MWh. O preço brasileiro, portanto, é 53% superior à média mundial. Considerando a média dos Brics (R$ 140,70 o MWh), a tarifa brasileira é 134% maior. A indústria nacional também paga 131% a mais do que a média de seus principais parceiros comerciais (Estados Unidos, Argentina, China e Alemanha), de R$ 142,20 o MWh. "Sob qualquer ótica, estamos muito acima do razoável em termos de competitividade", afirma Cristiano Prado, gerente de competitividade e investimentos da Firjan. O trabalho reforça o alto peso de encargos e impostos sobre o custo total: 48,6% da tarifa. Mas os custos de geração, transmissão e distribuição, o chamado GTD, também têm forte influência no total. Segundo o estudo, só o custo de GTD no Brasil, de R$ 165,50 por MWh, supera a tarifa de competidores como China e Argentina, apesar da vantagem hídrica brasileira. O alto valor do GTD esquenta o debate sobre a renovação das concessões do setor elétrico que começam a vencer em 2015. A indústria, liderada pela Fiesp, defende novas licitações, apostando em preços mais baixos após novos leilões. "A tendência natural é o preço despencar", diz Paulo Skaf, presidente da Fiesp. Segundo ele, será possível reduzir a tarifa de R$ 90,00 o MWh (média cobrada hoje pela geração nas usinas com renovação prestes a vencer) para R$ 20,00 o MWh, pois os investimentos na construção dos empreendimentos já foram amortizados e restarão apenas custos operacionais. "O impacto será grande, pois 30% da geração, 40% da distribuição e 80% da transmissão devem vencer a partir de 2015", afirma. A Fiesp entrou com representação no TCU (Tribunal de Contas da União) solicitando intervenção para que sejam tomadas providências para a realização de novos leilões. "Se o GTD não cair 35%, estaremos fora do jogo da competitividade industrial", diz Prado, da Fierj. A energia elétrica representa, em média, 10% do custo total da indústria, segundo a Fierj (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro). Quanto mais altos os custos, maior será o preço dos produtos vendidos ao consumidor final.

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