quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Crise da dívida ameaça também os países emergentes

Problemas financeiros nos Estados Unidos e na Europa podem levar à redução nos investimentos de empresas estrangeiras nos países emergentes. Fluxo de capitais especulativos supervaloriza as moedas locais e prejudica exportações. A ascensão dos emergentes assemelha-se a um conto de fadas: muitos países antes classificados como integrantes do Terceiro Mundo evoluíram hoje para locomotivas da expansão econômica, em benefício também de nações exportadoras como a Alemanha. Entre as doze maiores potências econômicas da atualidade estão a China, a Rússia e a Índia, três nações que, no século 20, ainda lutavam contra a pobreza e a fome, que atingiam grande parte da população. Mas os emergentes não estão completamente desatrelados das turbulências do mercado financeiro internacional, afirma a economista Maria Lanzeri, do Deutsche Bank Research. "Uma crise com a mesma força que aquela que veio depois da queda do banco Lehman Brothers seria ruim para os emergentes. Ela traria uma nova recessão", afirma. Caso a crise da dívida na Europa e nos Estados Unidos se agravar haveria o chamado "efeito líquido negativo": não apenas haveria uma queda nos investimentos de empresas estrangeiras nos países emergentes, como também retirada de capital. O dinheiro antes usado em investimentos seria necessário em outras áreas, para remendar buracos causados pela perdas originadas pela crise. O risco de contágio é alto principalmente nos países onde os mercados internos são dominados pelos investimentos estrangeiros. Isso se aplica especialmente para nações do Leste Europeu, como a Hungria e a Polônia, mas também para Israel, México, Rússia, Brasil, Indonésia e África do Sul, afirma Lanzeni.

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