sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Conselho Nacional de Justiça diz que ao menos 87 juízes estão ameaçados de morte no Brasil

A ministra Eliana Calmon, corregedora do Conselho Nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, afirmou nesta sexta-feira que existem no Brasil pelo menos 87 juízes ameaçados e que o Judiciário está "cochilando" em garantir a segurança desses magistrados. Eliana Calmon enviou em junho ofício para todos os tribunais do País, questionando casos de juízes que sofrem ameaças e que necessitam de escolta. Segundo ela, nem todos os tribunais responderam, como os Tribunais de Justiça de São Paulo e Minas Gerais, por exemplo. O tribunal do Rio de Janeiro informou que 13 magistrados contam com seguranças por estarem ameaçados (sete desembargadores e seis juízes de primeira instância), mas que a juíza Patrícia Lourival Acioli, assassinada a tiros durante a madrugada desta sexta-feira, em Niterói (RJ), não estava entre eles. "Temos cochilado um pouco nas medidas de segurança dos juízes. Não se pode, por exemplo, ter uma vara tão forte e rigorosa, como a da magistrada assassinada, com um único juiz responsável", disse Eliana Calmon. A ministra ainda afirmou que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro já havia oferecido a Patrícia que ela mudasse de vara, mas ela negou a oferta. A juíza Patrícia Lourival Acioli foi morta às 23h45 de quinta-feira quando chegava em sua casa, em Niterói, após uma seção no fórum de São Gonçalo. O procurador-geral de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Cláudio Soares Lopes, disponibilizou o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) para trabalhar em conjunto com os promotores de Justiça que investigam o crime. Segundo a assessoria do Ministério Público, a intenção é que o inquérito seja conduzido "de forma rápida, despersonalizada e com o máximo de qualidade, garantindo, assim, a punição de todos os envolvidos neste crime bárbaro". Segundo a Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil) a juíza Patrícia Lourival Acioli integrava uma "lista negra" com o nome 12 pessoas que estavam marcadas pelo para morrer. A lista foi encontrada com um traficante preso no Espírito Santo. De acordo com a entidade, o carro da juíza já havia sido metralhado anteriormente e "mesmo assim não tinha qualquer segurança a sua disposição".

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