terça-feira, 2 de agosto de 2011

Bolívia afirma que Chile tem "dívida histórica" de saída para o mar

O governo boliviano acusou o Chile de "não cumprir" o Tratado de Limites de 1904 e reiterou que esse país mantém uma "dívida histórica" sobre a reivindicação de uma saída para o Pacífico. O comunicado emitido pelo ex-ministro da Defesa, Ruben Saavedra, chefe da Direção Estratégica para a Reivindicação Marítima, foi uma resposta a uma declaração do ministro chileno das Relações Exteriores, Alfredo Moreno, negando dívidas pendentes desde 1904. Moreno disse que seu governo tem "a maior vontade" para que o país vizinho "tenha um melhor acesso ao mar", mas essa vontade não deveria levar ao equívoco, pois o Chile "não deve nada à Bolívia". Saavedra, no entanto, disse que "a própria história mostra com clareza que a principal dívida do Chile é o acesso livre e soberano que a Bolívia deve ter ao Oceano Pacífico". Ele citou casos concretos de não cumprimento do Tratado de 1904 que condiciona o Chile a um diálogo bilateral com La Paz sobre a demanda de reivindicação marítima e lembrou que a ferrovia Arica-La Paz, cuja construção e funcionamento está estipulado no acordo do início do século passado, está "há 16 anos sem funcionar". O ex-ministro recordou as recomendações internacionais, entre elas a resolução 426 de 1979, aprovada pela Organização dos Estados Americanos (OEA), na qual se sugere a negociação de uma solução para a disputa, que teve início na guerra de 1879, quando Santiago venceu e a Bolívia perdeu seu litoral.

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