quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Atividade na indústria paulista sobe, mas perspectiva é fraca


A atividade industrial paulista cresceu levemente em julho, assim como o uso da capacidade instalada do setor, mas as perspectivas para os próximos meses enfraqueceram. Essa é a avaliação da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), para quem a crise que se instalou recentemente nos mercados internacionais deve ter reflexos no Brasil e diminuir a atividade e o emprego na indústria até o final do ano. "O Sensor está dizendo que vem tempo ruim à frente", disse o diretor titular do Depecon (Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos) da Fiesp, Paulo Francini: "O sinal amarelho de alerta foi ligado". O Sensor é uma pesquisa da Fiesp que visa medir o grau de confiança do empresário industrial, antecipando tendências. A leitura de agosto caiu a 47,3 pontos, a menor desde dezembro de 2010, quando marcou 47,0 pontos. "O período do final do ano é em geral de redução na atividade, mas julho, não, agosto, não. Agosto é um mês que normalmente há uma aceleração da indústria", afirmou, reforçando as perspectivas mais fracas à frente. Para Francini, a instabilidade pelo qual passam os mercados neste momento --em meio a preocupação com a retomada econômica nos Estados Unidos e Europa-- deve impactar negativamente a indústria paulista nos próximos meses, o que levou a Fiesp a reduzir para 2,5% a estimativa de alta do INA em 2011, contra previsão anterior entre 3,0 e 3,5%. "A indústria deve perder fôlego, e o emprego vai sentir isso. Não me surpreenderia se (o emprego) entrasse em território negativo", disse. O Indicador de Nível de Atividade (INA) subiu 0,3% em julho sobre junho, segundo dados com ajuste sazonal divulgados pela (Fiesp) nesta terça-feira. Sem ajuste, houve alta de 0,6%. "O INA está bastante 'flat', plano", afirmou Francini: "O que ganha num mês, perde no outro, daí fica tudo estável".

Nenhum comentário: