segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Após embate no PT, ministra Iriny Lopes ameaça demitir dissidentes


A ministra da Secretaria Especial de Proteção à Mulher, Iriny Lopes, deu prosseguimento à cisão ocorrida em seu grupo petista, a Articulação de Esquerda, e informou a auxiliares que deve demitir funcionários de sua pasta que integram o grupo que se rebelou contra o comando da corrente. Estão ameaçadas de exoneração três petistas com altos cargos na secretaria: a subsecretária de Planejamento e Gestão Interna, Renata Rossi; a diretora de Programa da Subsecretaria de Articulação Institucional e Ações Temáticas, Luciana Mandelli; e a subsecretária de Articulação Institucional e Ações Temáticas, Angélica Fernandes. As três integram a ala dissidente da Articulação. Elas deixaram a corrente após um imbróglio envolvendo suspeitas de filiação em massa, manobras regimentais e discussão sobre a prevalência de burocratas ou de movimentos sociais na organização partidária. De um lado, estão Iriny e Valter Pomar, secretário de Relações Internacionais do PT e antigo dirigente do grupo; do outro, o ex-ministro da Pesca, José Fritsch, presidente do PT de Santa Catarina, e o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA). Fritsch e Assunção chegaram ao congresso da corrente no último fim de semana certos de que tinham votos suficientes dos delegados para tirar Pomar do comando da Articulação. Antes da votação, porém, Pomar apontou que dos 134 delegados, havia 36 vindos da Bahia que estavam "regimentalmente irregulares". Propôs, então, que fosse feita a votação sem esses baianos e que depois fosse decidido se eles poderiam ou não votar. O grupo adversário viu aí uma manobra, tendo em vista que, sem os 36, não conseguiria maioria para vencer nem na eleição para dirigir a corrente e nem na que decidiria sobre o credenciamento dos baianos. Segundo Pomar, havia indícios de irregularidades regimentais, como pagamento coletivo de contribuições, o que o regimento permite em pouquíssimos casos; e militantes que estavam filiados à tendência, mas não ao PT. Além disso, aponta um "crescimento súbito" de filiados às vésperas do Congresso. Os dissidentes, porém, negam as irregularidades. Afirmam que a Bahia é o Estado em que a Articulação é mais forte no País, com pelo menos um quinto da representação nacional, além de um deputado federal, um estadual e uma secretária estadual. E que essa discussão é apenas uma divergência de fundo para desviar do principal: o desconforto com a liderança de Pomar. Apontado como "autocrático" e "centralista", os dissidentes dizem que seu estilo vinha afastando outros militantes do grupo, além de novos filiados egressos dos movimentos sociais, tendo em vista seu posicionamento contrário à predominância dos movimentos sobre os quadros partidários na tendência.

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