quinta-feira, 21 de julho de 2011

TRF aceita denúncia e promotores viram réus no Mensalão de Brasília

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região aceitou nesta quinta-feira denúncia contra a promotora Deborah Guerner e o procurador Leonardo Bandarra, por participação no Mensalão de Brasília. Os 13 integrantes da corte especial do TRF-1 foram unânimes para abrir ação penal contra Deborah Guerner, enquanto houve um voto contra tornar Bandarra réu. Deborah Guerner e Leonardo Bandarra, que estão afastados do cargo, agora são réus sob a acusação do crime de extorsão, em que supostamente teriam pedido propina de R$ 2 milhões ao ex-governador José Roberto Arruda. Em troca, não divulgariam o vídeo em que ele aparece recebendo dinheiro do delator do Mensalão de Brasília, Durval Barbosa. Deborah Guerner já havia sido presa temporariamente por ter apresentado atestados para provar que seria mentalmente insana, o que foi rejeitado pela Justiça. Assim como já ocorreu em outras ocasiões, a promotora saiu do julgamento e logo em seguida desmaiou, causando tumulto. Boletim divulgado pela equipe médica do tribunal, no entanto, afirma que a promotora tomou um comprimido de Rivotril e ficou "estável", e pediu para ser conduzida até o carro em cadeira de rodas, "apesar de permanecer clinicamente bem". Para fundamentar a abertura da ação penal, a relatora do caso, a juíza federal de segunda instância Mônica Sinfuentes, apresentou trechos de mensagens trocadas entre Durval Barbosa e Deborah Guerner, além de vídeos colhidos na casa da promotora e depoimentos de testemunhas, como Arruda. Em relação a Bandarra, chefe do Ministério Público do Distrito Federal durante o governo Arruda, a relatora disse que ele também tem participação na extorsão. "Percebe-se com facilidade que este participou do planejamento e da prática criminosa descrita na denúncia", disse a relatora. Nesse processo do TRF-1, o ex-governador José Roberto Arruda figura como réu. Em um dos depoimentos, ele disse que Deborah Guerner pediu R$ 2 milhões, "como forma de compensação" para não divulgar o vídeo em que aparece recebendo dinheiro. No início do julgamento nesta quinta-feira, o presidente da Corte Especial do Tribunal Regional da Federal da 1ª Região, Olindo Menezes, ameaçou retirar a promotora da sessão. Durante a abertura da sessão, ela tentou interferir e gritou aos desembargadores: "O Arruda não foi denunciado, nem o Paulo Octávio nem ninguém!". O presidente do tribunal a repreendeu: "Se a senhora falar mais uma vez vou retirá-la daqui. A senhora não é obrigada a estar presente, mas, se tumultuar mais uma vez, vai ser retirada". A partir daí, Deborah calou-se e se sentou-se ao lado do espaço onde ficam os jornalistas. Os desembargadores decidiram abrir o julgamento à imprensa, ao contrário do julgamento anterior, em outubro. Na ocasião, o TRF rejeitou recurso em que Deborah Guerner alegava insanidade mental.

Um comentário:

João Sá disse...

O casal dublê de promotores e atores dramáticos Deborah Guerner e seu marido Jorge conseguem, com relativa competência teatral e desfaçatez, a custo do sepultamento da razão, o protagonismo da cena política brasileira. Mais uma vez, tentam influenciar, confundir e ameaçar a opinião pública, por meio de ardis, mesuras, que, se não fossem tão ridículas, teríamos de aceitar goela abaixo. Agora está sendo provado que esse casal tentou extorquir o ex-governador Arruda e que a tal fita usada pelo dublê de delator e criminoso Durval Barbosa para incriminar o Arruda, teria sido gravada num período diferente do que se fala, não está na hora da própria imprensa investigar toda essa lama com mais rigor?