quarta-feira, 20 de julho de 2011

Tarso Genro faz enfática defesa do Hideraldo Caron, do Ministério dos Transportes

O governador do Rio Grande do Sul, o peremptório petista Tarso Genro (PT), defendeu nesta quarta-feira o diretor de Infraestrutura Rodoviária do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Hideraldo Caron. Filiado ao PT gaúcho, Caron o diretor é o único indicado pelo partido na cúpula do Ministério dos Transportes, comandado pelo PR há nove anos. Apesar da defesa, Tarso Genro disse que, se fosse Caron, "sairia de lá para ajudar" a presidente Dilma Rousseff a criar um novo ambiente na pasta. "Eu conheço ele há 30 anos e duvido que o Hideraldo tenha cometido alguma ilegalidade por motivos dolosos ou interesses próprios", disse o governador petista gaúcho. "Que tem problema o Ministério dos Transportes não é nenhuma novidade. Agora nós temos que observar o que é efetivamente corrupção, o que é denúncia de empreiteira que perdeu contrato e o que é denúncia política para fazer combate político ao governo", falou ele, naqueles seus raciocínios enviezados. Tarso Genro falou ainda que há o risco de o País cair em um "denuncismo generalizado" e que Dilma Rousseff agiu corretamente ao afastar quem estava sob suspeita. No Dnit, Caron é o responsável administrativo pelo aumento em valores de obras rodoviárias não concluídas. A escalada nos custos das obras contribuiu para a crise no ministério, que começou com reportagem da revista Veja há três semanas e levou à demissão do então ministro Alfredo Nascimento e mais 15 pessoas. Diz o jornalista Reinaldo Azevedo, sobre as declarações de Tarso Genro: "Sempre, leitor, mas sempre mesmo!, que você julgar que ainda não se atingiu o paroxismo do absurdo, que uma avaliação amoral ainda não ultrapassou o limite do asqueroso, do detestável, do nefando, então é o caso de saber o que pensa Tarso Genro, ex-ministro da Justiça e agora governador do Rio Grande do Sul. Se não se lembra, estou a falar da supernanny do homicida Cesare Battisti. Quem saiu hoje em defesa de Hilderado Caron, o petista do Dnit, tão responsável pela bandalheira que vigora naquele órgão como qualquer amigo de Valdemar Costa Neto? Tarso Genro, é claro! Caron é do PT do Rio Grande do Sul, amigo do governador.  E, curiosamente, ainda não foi demitido! Prestem atenção ao que vai em negrito. Se Caron cometeu alguma ilegalidade, foi por motivo apenas, digamos, culposo, sem intenção. Então, entende-se, o homem deve ser perdoado. Mas não só por isso: Tarso assegura que, se isso aconteceu, não foi “por interesse próprio”. É o PT falando. O crime em nome do partido se justifica, como sabemos; o crime em nome da causa é aceitável; o crime em nome de um projeto de poder é, no fundo, um ato revolucionário. Tarso está dizendo, em suma, que um malfeitor do PT não deve ser misturado a malfeitores de outras legendas porque são pessoas de naturezas distintas. Um tem o direito natural de ser criminoso; os outros não. Notem que sobra censura até para a presidente Dilma Rousseff. Tarso desconfia das denúncias; ignora que a própria presidente chamou Alfredo Nascimento e a cúpula dos Transportes e lhes passou uma descompostura, inconformada com a estupidamente cara ineficiência da pasta. O ex-ministro da Justiça também atesta a sua competência, não é? Segundo diz, a Polícia Federal, subordinada ao ministério de que ele era o titular, não havia “detectado nada”. Pois é… A própria Dilma “detectou”, mas a Polícia Federal de Tarso não viu problema nenhum… Por que a polícia não agiu, nesse caso, com os mesmos métodos empregados contra o cleptogoverno de Arruda? Esbocei uma hipótese: aos amigos tudo, menos a lei; aos inimigos, nada, nem a lei. Tarso demonstra que o meu pior juízo a respeito do PT e dos petistas é mesmo o melhor. Ou o Brasil acaba com o PT, ou o PT acaba com o Brasil".

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