terça-feira, 5 de julho de 2011

No Chile, ex-chefe militar depõe sobre morte de Allende

O ex-general Fernando Matthei, chefe da Força Aérea durante a ditadura chilena de Augusto Pinochet, depôs nesta terça-feira na Justiça a respeito da investigação sobre a morte, em 1973, do presidente Allende. Matthei, de 85 anos, falou durante cerca de uma hora ao juiz titular da causa, Mario Carroza, que o convocou para esclarecer a existência de um suposto pacto para não revelar o nome dos pilotos que bombardearam o palácio presidencial La Moneda durante o golpe de Estado de 11 de setembro de 1973. O ex-general reconheceu a existência do pacto em entrevista a um jornalista que publicou suas declarações no livro "O Juramento". Allende morreu nesse dia, em meio ao bombardeio aéreo e terrestre ao palácio presidencial pelas forças do golpe, comandadas por Pinochet, que puseram fim ao governo socialista. "Estou tranquilo, não tenho nada para esconder", disse Matthei aos jornalistas após o depoimento. "É de conhecimento público que eu não estava no Chile naquele momento", afirmou em alusão ao golpe de Estado de 1973. Na data Matthei estava em Londres. O juiz Carroza solicitou formalmente no dia 17 de maio passado à Força Aérea do Chile as identidades dos pilotos que bombardearam La Moneda, mas não obteve resposta positiva. Em janeiro, a Justiça chilena resolveu abrir uma investigação judicial para esclarecer se o ex-presidente Allende cometeu suicídio, como afirma a versão oficial aceita pela família, ou se foi executado pelas forças golpistas. Durante a ditadura, Matthei, pai da atual ministra do Trabalho, Evelyn Matthei, foi ministro da Saúde. A partir de 1978, substituiu o destituído general Gustavo Leigh na Junta Militar do Governo, onde se manteve até o final do regime, em 1990.

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