terça-feira, 12 de julho de 2011

Grupo Casino diz um sonoro não em Paris para Abilio Diniz, BNDES sai da negociação do Pão de Açucar

O empresário Abilio Diniz suspendeu a proposta de fusão do Pão de Açúcar com o Carrefour. Pouco antes, o BNDES também divulgou nota cancelando oficialmente o apoio à proposta de fusão. Em nota divulgada nesta terça-feira, a Gama/BTG Pactual, uma sociedade de propósito específico criada pelo banco BTG Pactual apenas para negociar a fusão entre as redes varejistas, informou que decidiu suspender temporariamente a proposta de fusão devido à manifestação do Conselho de Administração da rede francesa Casino, que em reunião na manhã desta terça-feira rejeitou os termos da operação. O Casino, maior acionista da Companhia Brasileira de Distribuição, acusa Abilio Diniz de agir de forma ilegal ao tentar a fusão com o Carrefour porque investiu no Pão de Açúcar e já havia negociado o direito de controlar a companhia a partir de 2012. O grupo francês se tornou o maior acionista da empresa em 1999. A recusa do Casino em recusar o negócio também foi apontado pelo BNDES para desistir da operação. Depois da decisão do conselho de administração do Grupo Casino, a diretoria do banco decidiu "cancelar o enquadramento da operação solicitada pela Gama", justificando sua decisão à falta de "atendimento às condições estabelecidas" pelo BNDESPar, braço de participações do banco de fomento, desde o início do processo, que era de haver "entendimento entre todas as partes" envolvidas na operação. O empresário Abilio Diniz, do Pão de Açúcar, financiador das campanhas do PT, havia acertado no domingo passado uma reunião extraordinária com o grupo Casino, em Paris. Na reunião ele foi praticamente escorraçado. O grupo francês Casino rejeitou peremptóriamente a sua proposta de fundir as operações da rede varejista com o Carrefour no Brasil. O empresário apresentou ao conselho do grupo francês um estudo mostrando as vantagens da operação, e o Casino apresentou outro, do banco Santander, apontando as desvantagens. O assunto será agora levado à reunião do conselho da Wilkes, holding que é dona do Pão de Açúcar e que é controlada por Diniz (50%) e pelo Casino (50%). O encontro está marcado para o dia 2 de agosto. O Casino votará contra a fusão com o Carrefour e Diniz, a favor. Há também processos de arbitragem em andamento onde os sócios poderão chegar a um entendimento. O caso demonstra a enorme patetice do governo petista de Dilma Rousseff, que deu inicialmente aval para o tipo de aventura proposta pelo empresário Abílio Diniz. O governo sai desmoralizado como inconsequente e incompetente. O presidente do BNDES, o economista petista Luciano Coutinho, ainda tem que dar explicações sobre o interesse de sua empresa de consultoria no negócio.

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