sábado, 23 de julho de 2011

CVM investiga oscilações bruscas em ações da Mundial

A Comissão de Valores Mobiliários abriu investigações para averiguar eventuais irregularidades nas oscilações bruscas das ações da Mundial, fabricante de produtos de cuidado pessoal (esmaltes e alicates, entre outros). Na sexta-feira, a ação preferencial dessa empresa derreteu 64% (em um dia em que a Bovespa subiu apenas 0,01%), sendo negociada por R$ 0,68. Nos últimos três pregões, esse papel já se desvalorizou em 86,7%. Esses ativos ganharam visibilidade na Bolsa de Valores nos últimos três meses, em uma escalada de preços e giro financeiro poucas vezes vista no mercado local. A ação preferencial, que até abril mal movimentava R$ 1 milhão em negócios por dia, chegou ter um volume de R$ 280 milhões em um só pregão, semelhante ao de ações "consagradas" na Bolsa, como os papéis da Vale, Petrobras ou do banco Itaú. Até a semana passada, esse ativo chegou a acumular impressionantes 1.600% desde o início ano. Essa disparada somente era superada pela alta acumulada pelas ações ordinárias, que subiram mais de 2.000% no mesmo período. A CVM, responsável pela fiscalização do mercado de capitais brasileiro, afirmou que já acompanha a volatilidade desses papéis desde abril, quando o volume de negócios cresceu fortemente. "O acompanhamento já deu causa ao início de uma apuração de possíveis irregularidades, a qual se encontra em curso neste momento", afirmou o órgão. Ainda conforme a CVM, essa apuração "poderá, uma vez caracterizada a prática de qualquer ilícito contra o mercado de capitais, ensejar acusação e aplicação de penalidades administrativas a todos os responsáveis, sem prejuízo de eventuais repercussões dos fatos também nos campos civil e criminal". Os papéis dessa empresa têm se destacado há meses na Bovespa, principalmente depois que a Mundial anunciou a intenção de entrar para o segmento do Novo Mercado, e promoveu um desdobramento das ações de um para seis. A direção da Mundial se diz surpresa com a expressiva volatilidade de suas ações", disse na sexta-feira o presidente da companhia, Michael Ceitlin.

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