quarta-feira, 13 de julho de 2011

Brasil quer criação de reservas para proteção de baleias no Atlântico Sul

Criar grandes zonas protegidas onde as baleias possam viver sem medo de arpões, mesmo que a moratória vigente sobre a caça de cetáceos seja suspensa, é o objetivo de países como Brasil e Argentina, conscientes de seu potencial turístico. Durante a reunião anual da Comissão Baleeira Internacional, que ocorre até quinta-feira na ilha de Jersey, Brasil e Argentina colocaram novamente na agenda do dia um projeto de refúgio para o Atlântico Sul, que se somaria a duas grandes reservas já existentes, no oceano Índico (desde 1979) e no oceano Austral (1994). "A finalidade de uma reserva é fortalecer a moratória. Se um dia ela se abrir, serão conservadas grandes porções de oceanos fechadas à caça comercial", explica Vincent Ridoux, membro do comitê científico da CBI, a única instância de gestão dos grandes cetáceos. O Japão continua abatendo todos os anos pequenos rorquais na reserva do oceano Austral, no âmbito de sua caça chamada científica, diante da ira dos defensores dos cetáceos. Uma reserva no Atlântico Sul seria útil para "ao menos sete espécies, entre as quais encontram-se a baleia azul, a baleia jorobada, a baleia franca e o rorqual comum", segundo Javier Rodríguez, professor de biologia da Costa Rica e fundador da Fundação Promar. A criação de uma nova grande reserva no Atlântico Sul, cujo trecho iria do Equador até os limites do oceano Austral, permitiria sem dúvida proteger de forma mais eficaz as baleias que percorrem milhares de quilômetros. "A baleia jorobada, por exemplo, passa sua temporada de reprodução nas águas quentes, e depois sua temporada de alimentação nas águas frias, o que significa que o refúgio do oceano Austral não é suficiente para esta espécie", explicou Willie McKenzie, militante britânico do Greenpeace. "Ao criar uma reserva maior, você protege todo o ciclo vital da baleia", acrescentou.

Nenhum comentário: