quarta-feira, 15 de junho de 2011

Tesouro diz que crédito do BNDES evita que Banco Central aumente mais o juro

O secretário do Tesouro Nacional, o petista trotskista gaúcho Arno Augustin (é membro da DS - grupelho trotskista que habita o PT), afirmou que o aumento dos juros para segurar a inflação seria muito maior sem os empréstimos do BNDES, que cresceram desde a piora na crise registrada no final de 2008. Em audiência no Congresso, Arno Augustin disse discordar das análises de que o aumento no crédito faz com que o Banco Central seja obrigado a aumentar mais os juros, já que essa parcela não é afetada diretamente pela taxa básica de juros (Selic). Para o secretário, esses empréstimos servem para aumentar o investimento e evitam pressões inflacionárias de demanda. Em relação ao fato de o investimento também afetar a inflação, disse que é um efeito de curto prazo. "Esse empréstimo do BNDES impede um crescimento mais forte da Selic, porque é um programa forte de investimento. A pressão inflacionária gerada pelo investimento é de curto prazo. No médio prazo, estaremos impedindo pressões inflacionárias", afirmou Augustin. O crédito do BNDES faz parte dos empréstimos subsidiados, que representam cerca de um terço do crédito no Brasil. Como os juros são bancados por recursos do Tesouro e do Fundo de Amparo ao Trabalhador, a liberação desse dinheiro não é afetada diretamente pelo aumento da taxa básica. Para emprestar ao banco estatal, o governo precisa emitir títulos públicos, o que aumenta o endividamento do País e os juros pagos pelo governo. Augustin disse, no entanto, que, ao impedir um aumento maior da Selic, esses empréstimos "melhoram a questão fiscal do país". O secretário disse ainda que a possibilidade de uso do Fundo Soberano do Brasil como uma arma adicional de intervenção no dólar retira uma "excessiva previsibilidade que o mercado tem sobre o câmbio". Afirmou que o governo nunca usou o mecanismo, mas que a possibilidade de usá-lo a qualquer momento ajuda a segurar a queda do dólar.

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