terça-feira, 28 de junho de 2011

Mercadante usa parecer da PGR para se defender em comissão

O ministro Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia) usou como defesa nesta terça-feira, durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, trechos de um parecer assinado pelo ex-procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, que o exime de responsabilidade sobre a produção e a compra de um dossiê montado para atacar o então candidato ao governo de São Paulo, José Serra, em 2006. O caso, que levou à prisão de petistas, ficou conhecido como o caso dos "aloprados", apelido dado pelo ex-presidente Lula aos petistas envolvidos no episódio, tramado pelo grupo de espionagem da sua campanha. Em 2006, às vésperas do primeiro turno das eleições, a Polícia Federal apreendeu uma mala com R$ 1,7 milhão em dinheiro que seria usado para a compra do dossiê forjado, no quarto dos aloprados no Hotel Ibis, ao lado do aeroporto de Congonhas, em São Paulo. O parecer de Antonio Fernando de Souza recomendava ao Supremo Tribunal Federal a anulação do indiciamento de Mercadante pela Polícia Federal e arquivamento das acusações contra ele. Segundo trecho lido aos senadores, na manhã desta terça-feira (28), o parecer dizia que "pode-se afirmar com segurança que não há um único elemento nesses autos que aponte para o envolvimento do senador Aloizio mercadante nos fatos". O documento ainda afirmava que as quebras de sigilo feitas pela Polícia Federal não encontraram nenhum contato telefônico entre Mercadante e os chamados "aloprados". Segundo Mercadante, que falou durante cerca de 25 minutos sobre o caso e que ainda responderia a perguntas de senadores, não há fatos novos nas reportagens publicadas pela revista "Veja" nas duas últimas semanas. O ministro afirma que o caso só voltou à tona agora porque o ex-governador de São Paulo Orestes Quércia morreu e não teria, portanto, como desmentir as acusações.

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