terça-feira, 28 de junho de 2011

Instituto do Aço diz que projetos siderúrgicos da Vale preocupam

O presidente do IABr (Instituto Aço Brasil), Marco Polo Lopes, se disse preocupado com o avanço da Vale no setor siderúrgico por influência do governo. Segundo ele, existe um grande excedente de produção de aço no mundo, cerca de 530 milhões de toneladas, e é preciso avaliar se haverá mercado para todos os projetos siderúrgicos da mineradora. "Os novos projetos nos preocupam, porque há um indutor Vale, e aí você tem o governo atrás botando pressão para a empresa entrar no setor. Nada contra, desde que tenha um fundamento econômico e mercadológico", declarou Marco Polo Lopes durante evento do setor de carvão. "No passado, tinha uma série de empresas batendo na porta da Vale (Baosteel, Dongkook, Tatastell, Corus), e aí veio a crise e já há muito excedente de produção. A Vale já está fazendo projetos sozinha, como Alpa (PA) e Ubu (ES)", completou o executivo. Após pressão do Planalto, a Vale, cujo maior acionista é o Previ (fundo de pensão do Banco do Brasil), que compartilha o controle da empresa com Bradesco, a japonesa Mitsui e o BNDES, retomou projetos siderúrgicos desacelerados pela crise. Entre os projetos estavam a siderúrgica do Pará (Alpa), que será feita apenas pela empresa, e a do Espírito Santo (Ubu), que antes tinha parceria da Baosteel, que saiu do projeto, e agora busca sócios. Outra prevista para o Ceará, com a coreana DongKuk, também foi confirmada. A empresa é sócia ainda da alemã Thyssen na Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), no Rio de Janeiro, que já está em operação. Marco Polo informou que setor siderúrgico brasileiro como um todo deverá receber investimentos de mais de US$ 54 bilhões até 2016. Ele afirmou que os investimentos devem elevar a capacidade produtiva do país de 44,6 milhões de toneladas para 72,2 milhões de toneladas ao ano. Do montante investido, US$ 30,7 bilhões seriam aplicados na expansão das plantas siderúrgicas já existentes, e outros US$ 23,4 bilhões em novos projetos. O instituto estima que a capacidade produtiva será ampliada em 12,9 milhões de toneladas só com a expansão das fábricas existentes e 14,7 milhões de toneladas com os novos projetos. A maioria das novas plantas vai utilizar o coque como matéria prima (92%), enquanto 68% das unidades ampliadas vão consumir coque e 32% usarão sucata e carvão vegetal como matéria prima.

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