quinta-feira, 30 de junho de 2011

Fernando Henrique Cardoso faz discurso conciliador e sugere que Dilma dialogue com Congresso

Ao discursar nesta quinta-feira em ato de homenagem aos seus 80 anos, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso adotou tom de conciliação com a presidente Dilma Rousseff. Sem criticar o PT ou a petista, Fernando Henrique Cardoso sugeriu que Dilma dialogue com o Congresso. E sugeriu que ele e a presidente se "entendam" para o bem do Brasil. "Fiquei muito feliz com a carta que a presidente me mandou pelos 80 anos. Eu senti nesse gesto não um gesto político, mas o gesto em dizer: olha, nós somos brasileiros, em alguns pontos nós temos que nos entender. Não vale a pena um só destruir o outro". Ao agradecer a carta, Fernando Henrique Cardoso disse que entendeu que a presidente quis afirmar que "alguma coisa tem que unir" os dois, mesmo com as diferenças político-partidárias. "Construir juntos não é aderir", afirmou o tucano. No discurso, o ex-presidente também recomendou à petista diálogo com o Congresso Nacional durante sua gestão, no momento em que Dilma enfrenta resistências dentro da base governista pela liberação de emendas: "Ou o Congresso retoma debates que têm força ou é difícil que tenham suporte na nacionalidade. Me esforcei muito para mudar muitas coisas pelo Brasil, mas sempre dialoguei com o Congresso, ativamente dialogando com cada um, com todos. Política e democracia ou é de convencimento ou não avança". O ex-governador José Serra (PSDB-SP) deu o tom político ao ato em homenagem a Fernando Henrique Cardoso. O tucano fez ataques indiretos ao PT e ao ex-presidente Lula ao ressaltar qualidades de Fernando Henrique. "Um presidente que nunca condescendeu com mal feitos para privilegiar aliados. Jamais passou a mão na cabeça de aloprados", afirmou em referência à denúncia da compra de um dossiê por petistas contra Serra durante o governo Lula. "Fernando Henrique Cardoso jamais tratou o público como privado. Foi servidor público, ao invés de se servir do público. Jamais procurou exaltar a própria obra para desqualificar adversários. Jamais fez profissão de fé como expressão de suposta autenticidade. Jamais incentivou, pelo contrário, a intolerância. Jamais dividiu o Brasil, sempre procurou unir", disse ele. Fernando Henrique Cardoso também fez um alerta ao governo sobre a crise econômica ao afirmar que ela "ainda não terminou", mesmo tendo iniciado em 2007: "A Europa continua aflita. Não sabemos se é possível fazer adequações técnicas para rigor fiscal ou atender reclames imediatos daquela população". O ex-presidente disse que pretende continuar participando de debates sobre "temas relevantes" ao País, como a descriminalização das drogas leves.

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