domingo, 5 de junho de 2011

Aneel diz que 20% da nova energia do Brasil tem atraso

Um quinto da nova geração de energia elétrica contratada no Brasil está atrasada, revela o último relatório da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), responsável pela fiscalização do andamento de 539 usinas em construção no País. Segundo documentos da agência reguladora, os atrasos estão relacionados à ausência de licença ambiental autorizando o empreendimento e problemas de ordem econômica dos empreendedores. Dos 49.016 MW contratados (capacidade que deve estar à disposição do País até 2019), a Aneel não tem nenhuma previsão para a entrada em operação de um volume de 9.818 MW. Essa capacidade de geração de energia hoje sem estimativa de prazo para operação supera a metade brasileira da usina hidrelétrica de Itaipu (7.000 MW) e representa o mesmo que três usinas de Jirau, em construção no rio Madeira (RO). O relatório da Aneel exclui da relação de usinas atrasadas as seis termelétricas do Grupo Bertin, cuja capacidade total é de 956,2 MW. Pelo contrato assinado com a agência reguladora, essas térmicas deveriam estar disponíveis para o sistema elétrico em janeiro passado. Os atrasos podem ser constatados em projetos de todas as fontes de geração de energia. No grupo das pequenas centrais hidrelétricas, o atraso nos projetos alcança 27,8% da capacidade instalada prometida por empreendedores à Aneel. Entre os projetos eólicos, a Aneel informa que 18,9% da energia deles não tem previsão de operação. São fontes de energia que, juntas, respondem por 15% da nova oferta. Problema maior está na falta de previsão em parte de duas fontes predominantes: termelétricas e hidrelétricas. Dos 18.500 MW em térmicas contratados no Brasil, 4.300 MW estão atrasados. Isso equivale à potência que o País precisa expandir todos os anos a fim de garantir o abastecimento e assegurar o crescimento de 4,5% do PIB. As térmicas respondem por 37% da nova oferta de energia. Hoje, as hidrelétricas contratadas em todo o País representam 47,2% de toda a nova oferta de energia que deve estar disponível até 2019. Nesse grupo estão usinas como Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira (RO), e Belo Monte, no rio Xingu (PA). Dos 23.100 MW em nova capacidade hidrelétrica, 2.300 MW estão sem previsão, ou 10% da potência.

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