quarta-feira, 18 de maio de 2011

Roger Agnelli diz que Dilma recebeu denúncia contra petista

Cinco dias antes de deixar o cargo, o presidente da Vale, Roger Agnelli, disse que enviou à presidente Dilma Rousseff uma carta em que aponta indícios de suposto desvio de royalties da mineração por parte da prefeitura de Parauapebas (cidade localizada a 735 quilômetros de Belém), administrada por Darci José Lermen (PT). Agnelli escreveu a Dilma, em março, para informar que a Vale e outras mineradoras foram autuadas por supostamente terem diminuído o repasse da CFEM (compensação pela exploração de recursos minerais), tributo conhecido como "royalty da mineração". Na carta, ele diz que a disputa entrou num "contexto político" após prefeituras contratarem consultores para arrecadar "altos e teóricos valores que não são devidos". Agnelli confirmou o conteúdo da carta ao inaugurar o complexo Onça Puma, o primeiro projeto de exploração de níquel da Vale no País, situado em Parauapebas, Ourilândia do Norte e São Félix do Xingu, no Pará. O executivo deixa o cargo no fim desta semana, desgastado com o governo do PT. Na carta, ele citou como exemplo do suposto esquema a cidade de Parauapebas. O município foi responsável por 73% de todo a CFEM arrecadada no Pará em 2010. Agnelli disse que os valores que Parauapebas ganhou com os royalties desde a década de 1980 não parecem ter sido aplicados em benefício da comunidade. O Ministério Público do Pará e o Tribunal de Contas dos Municípios investigam se houve desvio.

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