quinta-feira, 26 de maio de 2011

ONU diz que prisão de Mladic é dia histórico para Justiça internacional

Ratko Mladic
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, comemorou nesta quinta-feira a prisão do ex-general sérvio Ratko Mladic, acusado de genocídio durante a guerra da Bósnia (1992-1995), dizendo que trata-se de uma data histórica. Mladic estava foragido desde 1995, quando foi indiciado pela ONU por crimes de guerra e condenado em Haia pelo genocídio de 8.000 bósnios em Srebrenica e outros crimes cometidos durante a guerra da Bósnia (1992-95). Há anos o Tribunal Penal Internacional pedia a sua detenção. A chefe das Relações Exteriores da União Européia, Catherine Ashton, também elogiou a prisão de Mladic, e disse que ele deveria ser enviado ao tribunal para crimes de guerra de imediato. A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) também celebrou a detenção, dizendo que Mladic esteve envolvido em alguns dos "piores massacres na história da Europa moderna". "Quase 16 anos depois de seu indiciamento por genocídio e outros crimes, sua prisão finalmente dá chance para que a justiça seja feita", disse o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen. Cerca de 100 mil pessoas morreram durante a guerra da Bósnia. Tadic anunciou a prisão de Mladic durante coletiva de imprensa. "Detivemos Ratko Mladic hoje de manhã. O processo de extradição está em curso", afirmou Tadic, aludindo à transferência do ex-comandante para ser julgado pelo tribunal de Haia. Sua detenção é "resultado de uma cooperação completa entre a Sérvia e o Tribunal de Haia", disse ainda o presidente sérvio. A prisão de Mladic ocorre menos de três anos depois da detenção de Radovan Karadic, que foi líder político dos sérvios na Bósnia, ocorrida em julho de 2008 em Belgrado. Outro ex-dirigente dos sérvios na Croácia, Goran Hadzic, continua foragido. No início de maio, o fiscal do TPI, Serge Brammertz, afirmou durante uma visita a Belgrado que a Sérvia "poderia fazer mais" para deter Mladic. Mladic foi preso no vilarejo de Lazarevo, perto da pequena cidade de Zrenjanin, no nordeste do país, a cerca de 100 quilômetros da capital Belgrado. Autoridades informaram que o homem foi detido com documentos no nome de Milorad Komadic e que sua prisão aconteceu graças a uma denúncia anônima.

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