domingo, 15 de maio de 2011

Ibama chama agentes do Brasil todo para a Amazônia

A explosão no desmatamento na Amazônia fez o Ibama suspender todas as suas operações de fiscalização no País para concentrar esforços na contenção da derrubada. O governo acredita que o pulo nos índices de desmate é resultado da perspectiva de afrouxamento da legislação com o novo Código Florestal. A determinação do Ibama foi baixada na segunda-feira passada, em um memorando às superintendências de todo o País. Essa parece ser mais uma medida terrorista do governo Dilma no momento em que o Congresso Nacional se prepara para votar o projeto de lei do Código Florestal. O documento determina que todas as operações de fiscalização do PNAPA (o plano anual de operação do Ibama) que não tenham relação com o combate ao desmatamento na Amazônia sejam suspensas. Para 2011, o programa tinha 1.300 operações previstas. "Não adianta combater o tráfico de animais, por exemplo, se o habitat deles foi para o saco", diz o presidente do Ibama, Curt Trennepohl: "Foi a decisão mais lógica. Temos de estancar a hemorragia em Mato Grosso". Agentes dos Estados também estão sendo deslocados em massa para a Amazônia. Segundo Trennepohl, há cerca de 520 homens na região agora. O número deve crescer, já que só do Rio Grande do Sul, nesta semana, serão deslocados mais 60 agentes. O governo foi surpreendido pela retomada da devastação, principalmente em Mato Grosso. Dados preliminares do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a serem divulgados nos próximos dias sugerem um repique sem precedentes desde o final de 2007, quando o governo baixou o embargo de crédito aos desmatadores. O diretor do Inpe, Gilberto Câmara, recusou-se a fornecer o dado, alegando que ele ainda está sob verificação: "O gato subiu no telhado. Falta ver o tamanho do pulo". A expectativa em relação à mudança no código, em discussão no plenário da Câmara, é considerada pela área ambiental do governo um dos principais fatores por trás da aceleração da derrubada. Como já é tradição na Amazônia, o setor produtivo se antecipa a decisões do poder público e derruba a floresta.

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