sexta-feira, 13 de maio de 2011

França diz que não divulgará diálogo de pilotos do Airbus A330 da Air France

As autoridades francesas anunciarão nesta segunda-feira se existem condições de acessar os dados das caixas-pretas do Airbus A330 da Air France que caiu quando fazia o vôo Rio-Paris em 2009. Mas o BEA (Birô de Investigações e Análises), órgão do governo francês responsável pela investigação do acidente, afirmou nesta sexta-feira que os diálogos dos pilotos não serão divulgados. "As transcrições só virão a público se as informações forem importantes para a investigação", disse Jean-Paul Troadec, diretor do BEA. Na quinta-feira chegaram a Paris as duas caixas-pretas do Airbus A330, resgatadas do fundo do Atlântico nos dias 1º e 3 de maio após ficaram quase dois anos submersas a 3.900 metros. Segundo Troadec, o aspecto exterior dos aparelhos é bom, o que prova que resistiram à queda no oceano, mas não é possível afirmar ainda se os dados foram preservados. Ele disse acreditar "bastante" que o órgão possa utilizar os dados na investigação do acidente. O BEA considera que uma falha nos sensores de velocidade (as sondas Pitot) foi um dos fatores do acidente, mas acredita que só terá a explicação definitiva da tragédia se conseguir analisar os dados das caixas-pretas do Airbus A330. Os dois corpos resgatados do oceano estão em um laboratório e os resultados dos testes que tentam extrair seu DNA deverão ser conhecidos na próxima quarta-feira. As caixas-pretas começaram a ser analisadas na sede do BEA, em Le Bourget, nos arredores de Paris. Segundo o BEA, o primeiro passo será limpar e secar o equipamento, o que deve levar dois dias, antes que se possa tentar extrair os dados contidos nos cartões de memória, por meio de um decodificador. Caso os cartões de memória tenham sofrido corrosão ou outro tipo de desgaste, os investigadores poderão levar semanas para conseguir ler as informações.

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