quarta-feira, 11 de maio de 2011

Brasileiros pobres e com baixa escolaridade são mais vulneráveis a transtornos neuropsiquiátricos

Os brasileiros pobres e com baixo nível de escolaridade são mais vulneráveis a doenças como depressão, demência e a outros transtornos neuropsiquiátricos. É o que revela artigos da uma série especial produzida pela revista médica inglesa The Lancet sobre a saúde no Brasil. A classe pobre fica sujeita ao transtorno por enfrentar mais adversidades e dificuldades em contorná-las no decorrer da vida. Nos centros urbanos, vários estudos mostram que os de menor escolaridade e renda têm mais depressão que os mais ricos, diz o professor de medicina da Universidade de São Paulo (USP), Paulo Rossi, responsável pela análise dos transtornos para a série especial. Apesar dos dados escassos sobre depressão no País, Paulo Rossi afirma que a doença está associada às condições de vida, como a situação financeira. Com o aumento do poder aquisitivo do brasileiro, o especialista acredita que os casos podem cair nas próximas décadas. Outros fatores que contribuem para o aparecimento são casos na família, traumas de infância e outros problemas familiares. Segundo a publicação, 18,8% dos brasileiros declararam ter sido diagnosticados com depressão em 2003. O pesquisador alerta que os profissionais de saúde ainda estão despreparados para reconhecer a doença. Há seis anos, estudo feito em São Paulo revelou que apenas 5% dos quadros depressivos foram identificados pelos médicos em postos de saúde, conforme Rossi. Alguns dos sintomas são tristeza, queda da autoestima, dores de cabeça, perda de apetite, ansiedade, irritação e dificuldade de concentração. A demência está relacionada à fase idosa. Com o envelhecimento da população, os especialistas alertam que o transtorno pode se tornar uma questão de saúde pública no Brasil. Pesquisas, segundo a revista, indicam prevalência da doença de 5,1% a 8,8% a partir de 65 anos de idade.

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