sexta-feira, 13 de maio de 2011

Argentina envia carta dura ao Brasil sobre barreiras comerciais

A ministra da Indústria argentina, Débora Giorgi, enviou nesta sexta-feira uma dura carta a seu colega brasileiro, Fernando Pimentel, na qual defende as medidas de proteção comercial adotadas pela Argentina e acusa o Brasil de impor múltiplas barreiras às exportações do país vizinho. A carta, cujo conteúdo foi divulgado pelo Ministério da Indústria argentino, foi enviada um dia depois de o Brasil impor o regime de licenças não automáticas à importação de veículos, um dos principais produtos que a Argentina exporta para seu primeiro parceiro comercial. Em Buenos Aires, essa medida foi interpretada como represália às denúncias brasileiras de que alguns produtos, principalmente alimentos, submetidos também ao regime de licenças não automáticas, que demoram para ingressar no mercado argentino. "Gostaria de ter feito essas considerações por telefone ou até mesmo pessoalmente. Infelizmente, quando tentei ligar ontem (quinta-feira), fui informada que o senhor estava reunido com o embaixador dos Estados Unidos e, certamente, as múltiplas ocupações que temos nós ministros o impediram, depois, de retornar a minha ligação", afirma Giorgi em sua carta a Pimentel. O ministro petista Fernando da Mata Pimentel foi um dos membros de organização terrorista na frustrada ação de tentativa de sequestro do cônsul americano em Porto Alegre, em 1970. A ministra diz que recebeu uma nota na quinta-feira do ministro brasileiro, na qual ele expressou sua preocupação pelas medidas adotadas pela Argentina e o impacto que podem ter nas exportações brasileiras. Segundo a ministra, no primeiro trimestre do ano as importações do Brasil cresceram 33%, para os US$ 4,7 bilhões, enquanto neste período a balança comercial foi deficitária para a Argentina em US$ 730 milhões. Os dados preliminares para o primeiro quadrimestre indicam déficit para a Argentina de US$ 1,2 bilhão, o dobro do registrado em igual período de 2010, com compras ao Brasil no valor de US$ 6,4 bilhões, com saldo anualizado de 33%.

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