sexta-feira, 8 de abril de 2011

Novo estudo prevê fim das geleiras de verão no Ártico em 2016

Cientistas que haviam previsto o derretimento das geleiras durante os verões no Ártico em 2013 passaram a projetar essa ocorrência para daqui a mais alguns anos, ainda nesta década, provavelmente em 2016, com margem de erro de três anos para mais ou para menos. O cientista Wieslaw Maslowski e equipe trabalharam com um novo modelo de computador que identificou a data "estimada" como sendo 2016. A previsão original, feita em 2007, gerou uma onda de críticas quando se anunciou 2013 como o ano do derretimento. O novo modelo, apresentado no encontro anual da EGU (União Européia de Geociências) é projetado para reproduzir interações do mundo real, cruzando informações sobre o oceano Ártico, a atmosfera, o gelo e os rios que deságuam no mar. "Desenvolvemos um modelo regional do clima do Ártico que é muito parecido com os modelos de mudança climática do IPCC (Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas)", disse Maslowski, que trabalha na Escola de Pós-Graduação Naval, em Monterey, na Califórnia. "No passado, projetávamos o futuro presumindo que as tendências poderiam persistir, como foi observado em tempos recentes", explica o cientista: "Agora podemos fazer um modelo completo de cruzamentos para o passado e o presente, e ver uma previsão para o futuro quanto ao gelo do mar e o clima ártico. Não estou tentando ser alarmista nem dizer que 'prevemos o futuro porque temos uma bola de cristal'. Estamos tentando fazer com que os políticos e as pessoas percebam que o gelo de verão do Ártico pode sumir até o fim da década". Um dos ingredientes mais importantes do novo modelo é a informação relativa à espessura do gelo que flutua no mar. Satélites são cada vez mais capazes de detectar essa espessura, geralmente a partir da medição de quão acima da superfície marítima está a geleira, e indicar a profundidade do gelo. A inclusão dessa estimativa no modelo de Maslowski foi um dos fatores que o forçou a rever a projeção de 2013, que levantou suspeitas e críticas quando anunciada em uma reunião quatro anos antes. Desde um derretimento particularmente expressivo ocorrido em 2007, uma grande proporção do Ártico tem sido coberta por uma camada de gelo fino, que é formada durante uma única estação e é mais vulnerável a mudanças sutis de temperatura do que o gelo grosso.

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