segunda-feira, 25 de abril de 2011

Justiça proíbe empresa aérea MTA de retirar dois aviões do Brasil

A Justiça proibiu a Master Top Linhas Aéreas (MTA) de retirar dois aviões do Brasil. A empresa foi pivô da demissão da ex-ministra petista Erenice Guerra da Casa Civil, em setembro do ano passado. A decisão de apreender as duas aeronaves foi tomada na última quinta-feira pelo juiz João Dionísio Viveiros Teixeira, da 4ª Vara Trabalhista de Campinas (SP), cidade sede da empresa. Depois de perder os contratos com os Correios, a MTA entrou em grave crise financeira, demitiu funcionários e agora ameaça retirar do Brasil os seus aviões. A apreensão das aeronaves, segundo o juiz, é necessária para garantir o pagamento de dívidas trabalhistas. De acordo com o magistrado, a MTA pode "esvaziar o seu patrimônio no âmbito das fronteiras brasileiras". A empresa pertence ao empresário argentino Alfonso Conrado Rey e está em nome de "laranjas" no Brasil, em um negócio envolvendo o coronel da Aeronáutica Eduardo Artur Rodrigues, que pediu demissão da diretoria de Operações dos Correios após a revelação do esquema. A MTA ganhou as manchetes por causa do tráfico de influência de Israel Guerra, filho de Erenice, a seu favor dentro dos Correios. Ele é investigado sob a acusação de cobrar propina para ajudar a empresa aérea no governo. O escândalo derrubou Erenice Guerra da chefia da Casa Civil. Após o episódio, a Controladoria-Geral da União (CGU) concluiu uma auditoria apontando uma série de irregularidades nos contratos de R$ 60 milhões entre MTA e Correios destinados ao transporte aéreo de cargas. A estatal rompeu o serviço prestado e a empresa foi punida a ficar cinco anos sem fechar contratos com o governo. Sem dinheiro, já retirou aviões do Brasil. Depois, encostou uma aeronave, sem motor, no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, e mantém apenas uma operando vôos particulares via Manaus.

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