quinta-feira, 28 de abril de 2011

Justiça dos Estados Unidos vai reexaminar condenação de ex-Pantera Negra

Uma corte federal de apelações dos Estados Unidos ordenou nesta terça-feira o reexame da sentença de pena de morte de Mumia Abu-Jamal, ex-ativista do grupo Pantera Negra. A revisão foi pedida após a constatação, pela segunda vez, de que houve erros nas orientações dadas ao júri do caso sobre a pena de morte. A revisão, que deve ocorrer nos próximos seis meses, pode anular a pena de morte, mas não vai mudar sua condenação pelo assassinato de um policial em 1981. Abu-Jamal, de 58 anos, foi condenado em 1982 à pena de morte pelo assassinato a tiros do policial branco Daniel Faulkner. Ele sempre negou ter cometido o crime, que se transformou em uma causa célebre dos críticos da pena capital. A defesa alegou que houve irregularidades durante os procedimentos legais do julgamento, quando descobriu-se que o júri havia sido manipulado para não considerar as circunstâncias atenuantes contra a pena de morte. A Corte de Apelações da Pensilvânia decidiu então, em 2008, adiar a pena capital de Abu-Jamal, decisão que levou a três anos de processos legais e à intervenção da Suprema Corte de Justiça dos Estados Unidos. Na terça-feira, a mesma corte decidiu pedir novamente por uma nova audiência de sentença. O procurador público Seth Williams disse que considerará um novo apelo à Suprema Corte contra a medida. Já os advogados de defesa consideraram a decisão uma forma de tratar do "infortúnio capítulo da história da Pensilvânia". Faulkner, de 25 anos, patrulhava as ruas quando parou o irmão de Abu-Jamal, William Cook, por uma infração de trânsito, aproximadamente às 4 horas. Abu-Jamal, que trabalhava como taxista na época, correu até o local. A polícia encontrou o ativista ferido por um tiro da arma de Faulkner, que por sua vez foi morto com vários disparos. Um revólver calibre 38 registrado por Abu-Jamal foi encontrado no local, com cinco cartuchos disparados.

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