segunda-feira, 18 de abril de 2011

Irã acusa Siemens, Estados Unidos e Israel pelo vírus Stuxnet

Um comandante militar iraniano acusou o conglomerado alemão Siemens de ajudar os Estados Unidos e Israel a lançar um ciberataque contra suas instalações nucleares, publicou o diário iraniano "Kayhan" nesta segunda-feira. Gholamreza Jalali, diretor da defesa civil iraniana, disse que o vírus Stuxnet, que tomou o programa nuclear iraniano, é obra dos dois maiores inimigos do país, e que a companhia alemã deve arcar com parte da culpa. "As investigações mostram que a fonte do vírus Stuxnet está nos Estados Unidos e no regime sionista", disse Jalali. Ele afirmou que o Irã considera a Siemens responsável pelos sistemas de controle usados para operar maquinaria industrial sofisticada, conhecidos como Supervisory Control and Data Acquisition (SCADA), que teriam sido atingidos pelo vírus. "Nossas autoridades executivas devem acompanhar legalmente o caso do software SCADA Siemens, que preparou o caminho para o ciberataque contra nós", disse. Ao contrário de outras autoridades iranianas que minimizaram o impacto do Stuxnet, Jalali disse que o worm poderia ter representado um grande risco caso não tivesse sido descoberto e contido antes de causar danos graves. "Foi um ato hostil contra nós que poderia ter causado grandes danos humanos e materiais caso não tivesse sido detectado de imediato", disse. O Irã deu poucos detalhes sobre o impacto do vírus. O país informou em setembro que os computadores dos funcionários da estação nuclear de Bushehr, a primeira usina nuclear iraniana, construída pela Rússia, continuavam inativos e que diversos prazos iniciais de operação haviam passado sem atividade, o que alimentou especulações de que o sistema tenha sido atingido pelo Stuxnet, algo que o Irã nega. O embaixador da Rússia na Organização para o Tratado do Atlântico Norte (Otan) disse em janeiro que o vírus havia atingido o sistema de computadores em Bushehr, o que acarretava o risco de um desastre nuclear de escala semelhante ao de Chernobyl, na Ucrânia, então parte da União Soviética, em 1986.

Nenhum comentário: