sexta-feira, 29 de abril de 2011

Ex-agente chileno da repressão política é encontrado morto na Argentina

Enrique Arancibia Clavel
Enrique Arancibia Clavel, ex-agente da temida polícia secreta da ditadura do Chile, condenado na Argentina pelo assassinato do ex-comandante do Exército chileno, Carlos Prats, e sua mulher, foi encontrado morto na quinta-feira em seu apartamento, em Buenos Aires. Ele foi morto a punhaladas, em um crime que tem conotações de queima de arquivo. "O corpo de Arancibia Clavel foi encontrado por uma pessoa que se identificou como o afilhado. O encarregado do edifício chamou a polícia e a mim", contou Guillermo Eisler, advogado do consórcio que administra o edifício. Também foi ao local a vice-ministra de Segurança, Cristina Camaño, que se retirou sem fazer declarações. Segundo o testemunho de Eisler, que disse ter entrado no apartamento, o corpo do ex-agente tinha várias punhaladas nas costas, no peito, na região da mandíbula, no pescoço e nas mãos. "Havia sangue por todos os lados", relatou. O advogado disse que aparentemente a porta do apartamento não havia sido forçada, pelo que se supõe que o agressor era conhecido da família. De acordo com o parente do ex-agente chileno, havia sumido um cofre onde era guardado dinheiro. Arancibia Clavel, um ex-agente civil da Direção de Inteligência Nacional (DINA), foi condenado pela justiça argentina por sua participação no atentado que matou Prats, ministro do Interior e comandante do Exército durante a presidência do comunista Salvador Allende, e sua mulher, em 30 de outubro de 1974, quando eles chegavam de automóvel ao apartamento do casal em Buenos Aires. Prats e sua esposa abandonaram o Chile quatro dias depois do golpe militar liderado por Augusto Pinochet contra o presidente comunista Allende, em 11 de setembro de 1973. Arancibia Clavel, de 66 anos, foi condenado à prisão perpétua em 2004, mas depois teve a pena revista e reduzida, sendo solto. Atualmente, tinha uma frota de táxis.

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