terça-feira, 5 de abril de 2011

Economista Mendonça de Barros diz que a inflação é mais feia do que parece

Encerrado o primeiro trimestre, já é possível prever com boa margem de segurança que o PIB brasileiro deste ano crescerá 4% e a inflação baterá em 6%. O economista José Mendonça de Barros analisou os dois números. O problema é que 4% é pouco demais e 6% é alto demais para um só ano, mas poderia e poderá ser pior. O que ocorre é que historicamente a economia brasileira registra descontrole inflacionário quando o PIB avança além dos 6%, como ocorreu no ano passado.  O resultado é que as autoridades são obrigadas a botar um freio no crescimento acelerado, como fazem agora e fizeram antes, em 2004 e 2008, para citar apenas dois anos mais recentes. Assim sendo, o que mais assombra o governo, os empresários e os mais competentes estudiosos da ciência econômica, é o descontrole inflacionário. Os preços sobem muito, com ênfase para a área de serviços. José Mendonça de Barros fala em 7% de aumentos para os produtos de alimentação, higiene e limpeza, mas itens mais decisivos na cadeia produtiva, como aço (10%), querosone para aviação (16%) e nafta (15%) sobem muito mais. Na área de serviços é muito pior. Nesta terça-feira, escritórios de Porto Alegre surpreenderam-se com a enxurrada de pedidos de revisão de serviços de motoboys e de transporte de carga ligeira terceirizadas, todos na casa dos 20%. A história recente brasileira demonstra que toda vez que a inflação anual aproxima-se dos 6%, a indexação é inevitável, produzindo inflação inercial.

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