terça-feira, 22 de março de 2011

Presidente do Banco Central afirma que há descompasso entre oferta e demanda

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta terça-feira que há sinais que apontam a existência de um descompasso entre oferta e demanda na economia brasileira. Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, ele buscou tranquilizar os parlamentares e garantiu que a política monetária perseguirá a moderação do ritmo de atividade. Tombini reiterou que o Banco Central continua focado na meta de inflação, de 4,5% em 2011, com margem de tolerância de dois pontos porcentuais para cima e para baixo, e alertou para a complexidade do quadro atual. Destacou ainda que a instituição tem monitorado de perto o quadro externo, principalmente a alta dos preços das commodities, mas avaliou que este não é o único fator a explicar a inflação elevada no País. Entre outros fatores, ele cita a concentração atípica de choques de preços em 2011, como, por exemplo, o recente e acentuado aumento das cotações internacionais do petróleo por conta das turbulências no mundo árabe, e a pressão dos preços no setor de serviços. O presidente do Banco Central ponderou que a alta nos serviços já vem ocorrendo há algum tempo e é decorrente de mudanças estruturais da economia. Ele declarou que este tipo de inflação tende a ser maior que a média, sendo hoje fonte de preocupação para o governo. Em mais um recado, ele chamou atenção para a necessidade de reflexão sobre uma agenda de ganhos de produtividade para a economia brasileira, o que ajudaria a expandir a oferta de bens e serviços, reduzindo as pressões inflacionárias. Tombini também admitiu que começou a ver um aumento na inadimplência no sistema financeiro. Para ele, isso é parte do ciclo econômico, que começou a perder ritmo por conta do impacto das ações de política monetária e macroprudenciais.

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