sexta-feira, 25 de março de 2011

ONG denuncia "epidemia" de estupros em acampamentos no Haiti

As mulheres dos acampamentos de refugiados do Haiti sofrem uma "epidemia" de violência sexual, passado mais de um ano do violento terremoto que destruiu a capital do país e deixou mais de 220 mil mortos, denunciaram várias organizações ante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos nesta sexta-feira. "Existe uma incessante epidemia de violência sexual e de impunidade constante", afirmou Lisa Davis, diretora do grupo de defesa da mulher Madre, durante uma audiência na qual testemunharam várias vítimas de estupro. A CIDH, subordinada à Organização de Estados Americanos, emitiu medidas cautelares em dezembro de 2010 nas quais solicita ao governo haitiano que tome medidas para frear a violência sexual contra mulheres e meninas, e melhorar o acesso à saúde e à justiça. Em muitos acampamentos, as mulheres não possuem banheiros privados e devem tomar banho à vista de todos, e seu acesso à comida, saúde e água é limitada, explica Eramithe Delva, cofundadora da organização Kofaviv e vítima de violência sexual. Além do mais, depois de um ataque sexual, as mulheres não têm acesso a serviço médico e, quando tentam denunciar o crime, encontram dificuldade principalmente pela falta de um atestado médico. Kofaviv registrou 465 casos de estupro em campos de refugiados durante 2010, e nos dois primeiros meses deste ano já foram contabilizados 90.

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