sábado, 19 de março de 2011

Grupo chinês vai investir R$ 4 bilhões em processamento de soja na Bahia

O grupo chinês Chongqing Grain Group Corporation Limited Liability Company anunciou na sexta-feira investimentos de R$ 4 bilhões para construção de um pólo industrial de esmagamento e refino de óleo de soja e de escoamento de produtos a ser instalado em Barreiras, no oeste da Bahia. O anúncio foi feito durante reunião entre executivos da empresa e representantes do governo baiano, realizada em Salvador. A assinatura do protocolo de intenções para o investimento ficou agendada para abril, em Pequim, durante a próxima reunião dos países que fazem parte do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), com a presença da presidente Dilma Rousseff. A previsão é que as obras comecem em maio. A expectativa é que o pólo inicie as operações em 2012, empregando inicialmente, 300 pessoas. Segundo o acordo, celebrado entre o presidente da empresa, Hu Junlie, representantes de bancos chineses e o secretário de Agricultura, Eduardo Salles, a Chongqing fará três investimentos: uma usina de processamento de soja, com capacidade de esmagamento inicial de 1,5 milhão de toneladas por ano (quase metade da produção anual da Bahia, de 3,3 milhões de toneladas), uma fábrica de fertilizantes e um porto seco, para armazenamento de grãos e integração com a rede de escoamento. "Teremos capacidade inicial de refinar 300 mil toneladas de óleo e armazenar 400 mil toneladas de grãos", diz Junlie. Pelo projeto, os produtos serão escoados pela Ferrovia Oeste-Leste, que ligará a região ao litoral sul baiano e está em construção. A exportação será feita pelo Porto Sul, que deve ser instalado em Ilhéus, mas ainda está em fase de estudos. O terreno onde o pólo será construído, de 100 hectares, foi doado pela Prefeitura de Barreiras e o investimento recebe benefícios fiscais do Programa Desenvolve, do governo estadual. Desde abril do ano passado, a empresa, ligada ao município de Chongqing, um dos maiores da China, anuncia ter intenção não apenas de beneficiar soja no Brasil, mas também de produzir o grão em larga escala no País. Chegou a ser noticiado, nos jornais chineses, que o projeto da empresa era adquirir 200 mil hectares de terras na Bahia, um investimento de cerca de R$ 1,5 bilhão, para o plantio da soja. Isso garantiria uma produção estimada de 500 mil toneladas anuais. De acordo com o secretário Salles, porém, o investimento em terras não foi considerado no acordo: "O que eles querem - e precisam - é de regularidade na entrega do produto". A China importa, anualmente, 40 milhões de toneladas de soja. Salles afirma que o acordo encerra dois anos de negociações e sinaliza uma nova etapa na agricultura no Estado. "É o início do processo de agroindustrialização da Bahia, um campo com muito potencial de crescimento", avalia.

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