sexta-feira, 11 de março de 2011

Dilma abre estatais para a pelegada sindicalista

Depois de atropelar as centrais sindicais ao fixar o salário mínimo de 2011 em R$ 545,00 a presidente Dilma Rousseff recebeu nesta sexta-feira os sindicalistas para retomar o diálogo. Ela preparou uma cerimônia para assinar uma portaria autorizando a inclusão de um representante dos trabalhadores em cada conselho administrativo de empresa estatal com mais de 200 empregados. De acordo com o Ministério do Planejamento, são 59 vagas. O trabalhador que for eleito por seus colegas para integrar o conselho terá um reforço substancial no rendimento. Um conselheiro do Banco do Brasil, por exemplo, ganha R$ 3.606,00 por mês. Na Caixa Econômica Federal, a gratificação foi de R$ 2.836,30 mensais no ano passado. Na Eletrobrás, foram R$ 4.212,96 por mês em 2010. As vagas nos conselhos das grandes estatais são disputadas entre funcionários mais graduados do governo, que as utilizam como uma espécie de complementação de renda. “Ter um representante nos conselhos de administração significa democratizar a gestão da estatal”, disse o vice-presidente da pelêga petista Central Única dos Trabalhadores (CUT), José Lopez Feijóo. Ele observou que essa é uma prática adotada por empresas privadas e também por ex-estatais, como a Vale e a Embraer. “Era uma antiga reivindicação nossa”, acrescentou o secretário-geral da peleguíssima Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna. A iniciativa de atender a esse pedido antigo dos sindicalistas, porém, não partiu da presidente. A representação dos trabalhadores nas estatais foi proposta no governo passado e aprovada pelo Congresso. A Lei 12.353 foi sancionada pelo então presidente Lula em 28 de dezembro. Faltava a regulamentação, formalizada agora por Dilma. A lei diz que o representante dos trabalhadores será eleito por voto direto entre seus pares na ativa. Ele não poderá votar em temas relativos a salários, relações sindicais, benefícios previdenciários e outros que configurem conflito de interesse. Uma nova vaga será criada em cada conselho para acomodar o representante dos trabalhadores. A União ficou autorizada a aumentar seu número de conselheiros, se for necessário, para preservar a maioria de votos.

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