terça-feira, 22 de março de 2011

Brasileiros duvidam da capacidade do governo para controlar inflação

Os brasileiros duvidam da capacidade do governo da petista Dilma Rousseff de conter a inflação, que se acelerou muito nos últimos meses. Pesquisa feita pelo Datafolha revela que 41% da população acha que a inflação vai aumentar nos próximos meses e 42% acham que ela continuará alta como está. Apenas 13% da população acredita que a inflação vai diminuir, apesar das medidas tomadas pelas autoridades para segurar os preços e do esforço que a presidente Dilma Rousseff tem feito para convencer os céticos de que o combate à inflação é prioritário em seu governo. Analistas do mercado consultados pelo Banco Central prevêem que o IPCA, principal índice de preços ao consumidor do País, terá variação de 5,88% neste ano, de acordo com a última edição do boletim Focus, divulgada na segunda-feira pelo Banco Central. A meta de inflação estabelecida pelo governo para este ano e perseguida pelo Banco Central é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos. As projeções do mercado indicam que as autoridades só conseguirão se aproximar desse alvo novamente no próximo ano. A desconfiança da população sobre a capacidade do governo de domar a inflação é maior hoje do que no fim do ano passado, segundo o Datafolha. Em novembro, duas semanas depois da eleição de Dilma, 33% dos brasileiros achavam que a inflação iria aumentar e 39% apostavam que continuaria igual. A insegurança também é maior do que em março de 2003, quando o então presidente Lula estava no inicio de seu primeiro mandato. Segundo o Datafolha, na época, 44% apostavam que a inflação aumentaria e 30% esperavam que ela ficasse onde estava. Apesar das dúvidas sobre a inflação, os brasileiros continuam otimistas sobre o futuro do país. A maioria acredita que o desemprego diminuirá ou ficará como está, apesar dos vários indicadores de que a atividade econômica vai se desacelerar neste ano. Apenas 27% acham que o desemprego vai aumentar. Embora poucos acreditem que as autoridades conseguirão evitar o aumento da inflação, a maioria acha que o poder de compra das pessoas vai crescer ou ficar igual. Somente 18% temem que ele diminua neste ano. O otimismo é maior entre os pobres. Entre entrevistados que ganham menos de cinco salários mínimos por mês, 44% acham que seu poder de compra vai aumentar. O pessimismo é maior na classe média. Entre os que têm renda de cinco a dez salários mínimos, 47% acham que a inflação vai aumentar. Houve um aumento no número de pessoas que prevê uma piora na situação econômica do País. Em novembro, 33% achavam que as coisas iam piorar. Hoje, 37% têm essa opinião.

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