quarta-feira, 2 de março de 2011

Banco Central eleva taxa básica de juros para 11,75% ao ano

O Banco Central anunciou nesta quarta-feira a segunda das quatro altas esperadas para este ano na taxa básica de juros (Selic), que passou de 11,25% para 11,75% ao ano. A decisão foi tomada por unanimidade. É a maior taxa desde março de 2009, quando a Selic caiu de 12,75% para 11,25%. O aumento nos juros dessa magnitude já era esperado pela maior parte do mercado financeiro. Alguns analistas defendiam uma alta até maior para ajudar a esfriar a economia e segurar a inflação. A alta da Selic é parte do trabalho iniciado em 2010 para evitar um superaquecimento da economia, apesar da desaceleração verificada na virada do ano, que deve ser confirmada com a divulgação dos números do PIB pelo IBGE nesta quinta-feira. Essa foi a segunda reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), responsável pela definição dos juros, no governo Dilma Rousseff. A nova taxa foi definida por unanimidade pelos membros do Copom. A aposta do mercado financeiro é que a taxa voltará a subir nos dois próximos encontros, nos dias 20 de abril e 8 de junho, para encerrar o ano em 12,50%. A taxa básica determina o custo do dinheiro para os bancos e serve de base para os juros dos empréstimos bancários a empresas e consumidores, cuja taxa média está hoje em 37% ao ano. A Selic é também um dos principais instrumentos que o Banco Central tem para tentar controlar o ritmo de crescimento da economia e dos preços. Antes de aumentar a taxa básica, o Banco Central já havia adotado outras medidas para esfriar a economia, como restrições a financiamentos com prazo superior a 24 meses. Também retirou da economia, em dezembro, a última parte do dinheiro injetado na crise de 2008. Essas medidas já se refletiram em juros mais altos e queda nos empréstimos, mas ainda não tiveram impacto significativo sobre o consumo. No início da semana, o governo também anunciou um corte de R$ 50 bilhões no Orçamento para reduzir os gastos públicos. Sem o corte, o aumento dos juros será maior, o que contribui, por exemplo, para atrair mais dólares para o País e derrubar a cotação da moeda norte-americana. A inflação acumulada em 12 meses está hoje em 6%, maior patamar em seis anos, acima da meta de 4,5% fixada pelo governo.

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