sábado, 5 de fevereiro de 2011

Ser cubano, algo inacreditável, conheça o paraíso dos socialistas (8)

CARAMELO Com isso, eu tinha tempo de sobra. Naquela noite, ouvi música ao longe e encontrei uma série de palcos montados ao longo da rua 23, e assisti a um bom show de rock sob a luz da lua. Sentei-me no pedestal de alguma obscuridade heróica - uma mãe estendo os braços para entregar o filho à batalha. Depois de algum tempo, uma menininha de sete ou oito anos se aproximou e sentou perto de mim.
"Caramelo?", disse. (Doce?)
"Não tenho".
"Nenhum?"
"Nada".
"Mas nenhum, mesmo?"
"Não".
Então vieram as perguntas usuais: de onde você vem, onde mora, por que está por aqui. E de novo: "Não tem dinheiro nenhum?"
"Não tenho".
"Mas os estrangeiros sempre têm muito dinheiro".
"Sim, tenho dinheiro no meu pais. Aqui, vivo como se fosse cubano".
"Me dá um peso?"
Não posso. A verdade, pequena, é que estou no meio de um jogo. Estou fingindo ser pobre. Estou vivendo como seus pais, por algum tempo. Não como há nove horas. Nos 11 últimos dias, comi 12 mil calorias a menos do que minha dieta normal disporia. Meu dentes doem muito. Ou, traduzido para o espanhol: "Não".

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