terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Presidente da Colômbia proíbe negociações de paz com as Farc

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, reiterou nesta segunda-feira que seu governo não autoriza negociações de paz entre grupos humanitários e membros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, organização terrorista e traficante de cocaína). "Digo com toda a clareza, o governo não autorizou ninguém, nem pensa em fazê-lo - que fique claro, ninguém - para que realize nenhum tipo de contatos com grupos à margem da lei", disse Juan Manuel Santos. Segundo o presidente, "cada coisa tem seu momento e este não é o momento para esta discussão, muito menos para lançar propostas especulativas" sobre possíveis contatos ou autorizações dirigidas a contactar grupos ilegais para negociar a paz. No domingo, em uma entrevista divulgada pelo jornal colombiano "El Tiempo", a ex-senadora Piedad Corboba (cassada por suas ligações com os terroristas) e mediadora na entrega de vários reféns das Farc, pediu autorização a Santos para que possa dialogar com os grupos terroristas e traficantes de cocaína "na busca por um processo de paz". Para Juan Manuel Santos, "não há nada que mais afaste a paz do que estar permanentemente falando sobre ela", e por isso, disse, neste momento "devemos nos concentrar em construir condições de paz e reconciliação". Em outra parte de seu discurso desta segunda-feira, o presidente colombiano foi enfático ao afirmar que no futuro "não haverá zonas desocupadas para os grupos violentos, nem zonas vedadas para a Força Pública", como estipula a lei da Ordem Pública, cuja vigência foi prorrogada pelo Congresso por mais quatro anos. Entre outros assuntos, esta lei autoriza o governo a iniciar negociações com grupos armados ilegais. De acordo com o presidente, qualquer esforço de diálogo ou de paz que seja realizado no futuro não trará consigo as mencionadas zonas nem proibirá a presença da Força Pública. Mais cedo o governo também sinalizou que a retomada das operações de resgate dos últimos dois de um grupo de seis reféns das Farc não deve ocorrer nesta terça-feira, como espera o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV). A missão foi frustrada no domingo devido a coordenadas erradas fornecidas pelos terroristas e traficantes de cocaína das Farc. A missão conta com o apoio do Exército do Brasil, que integra as operações com helicópteros e soldados.

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