segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Jornalista Políbio Braga desvenda bastidores do "Caso da Arapongagem"

O jornalista Políbio Braga postou em seu blog (www.polibiobraga.com.br), nesta segunda-feira, uma matéria elucidativa sobre o chamado "Caso da Arapongagem", que tomou a mídia gaúcha nas vésperas da eleição do ano passado. A seguir o texto: "A apenas três semanas das eleições do primeiro turno no Rio Grande do Sul, o promotor Amilcar Macedo, munido de mandado que pediu ao juiz de Canoas, tentou “invadir” o Palácio Piratini, em Porto Alegre, a pretexto de vistoriar carros que teriam sido utilizados pelo sargento Cesar Rodrigues, investigado desde o dia 3 de julho pelo Ministério Público Estadual, sob a acusação de extorsão pessoal e política, além de arapongagem na Casa Militar do governo do Estado. O promotor de Canoas estava acompanhado de uma dúzia de repórteres, quase todos da RBS, freqüentadores assíduos do seu Twitter. O espetáculo midiático, ocorrido depois de um ano todo de incidentes políticos que resultaram em fracassadas CPI e pedidos de impeachment, teve efeitos devastadores para a candidatura de Yeda Crusius (logo em seguida, outro espetáculo midiático inexplicável ocorreu no Banrisul, protagonizado por agentes do mesmo Ministério Público e da Polícia Federal). No grotesto episódio ocorrido no Palácio, a própria governadora Yeda Crusius apossou-se das chaves da Casa Militar, impediu o ingresso de Amilcar Macedo no Piratini, convidou os chefes dos demais Poderes (Simone Mariano da Rocha, do MPE; Leo Lima, do Tribunal de Justiça; Giovani Cherini, presidente da Assembléia) naquele mesmo dia, e obteve respaldo político para enfrentar o promotor de Canoas (os chefes de Poderes concluíram que o promotor estava fora da sua jurisdição e que juiz singular não tinha poderes para permitir seu ingresso no gabinete de despachos da goernadora). A Casa Militar caiu. O mal estava feito. O episódio prejudicou de modo irremediável as pretensões eleitorais de Yeda e ajudou a eleição de Tarso Genro. No dia 3 de julho do ano passado, o promotor Amilcar Macedo atendeu denúncia do chefe do Serviço de Inteligência do Comando de Policiamento Metropolitano (o major Adriano Klafke, inimigo pessoal do sargento Rodrigues, ligado ao PT) e conseguiu ordem do juiz para prendê-lo. Rodriguez foi mantido sem pão e sem água pelos primeiros dois dias. O pedido de prisão registrou uma  informação relevantíssima e decisiva para o convencimento do juiz, mas falsa, de que o sargento Rodriguez possuía uma senha privada da Procergs, que lhe permitia acesso a arquivos de autoridades (auditores da Procergs, mais tarde, desmentiram totalmente a informação). O leitor pode examinar o fac símile do pedido de prisão e checar este dado por conta própria. CLIQUE AQUI para examinar. A outra informação, a que se relaciona com arapongagem de dados sigilosos, resultou desmoralizada, porque logo se percebeu que 18 mil pessoas possuem as mesmas senhas usadas pelo sargento da Casa Militar. Durante vários meses, embora tenha prometido protocolar a denúncia em 15 dias, o promotor Amilcar Macedo movimentou repórteres da RBS e o seu próprio Twitter, elencando nomes ligados ao governo estadual, que nem sequer foram citados na denúncia: 1) O promotor sequer menciona a confissão feita pela própria RBS de que usava os serviços de arapongagem da Casa Militar. 2) Não há uma só linha sobre as relações do sargento com os serviços de inteligência estaduais e federais em operação no RS, inclusive a respeito do sistema Guardião, usado pelo Ministério Público para gravar telefonemas do próprio sargento, e pelo sargento para gravar telefonemas do próprio Ministério Público. 3) O promotor não faz uma única referência a possíveis desvios de dinheiro das extorsões – que não são provadas na denúncia – para finalidades eleitorais. 4) Nada, nem uma só palavra existe sobre o soldado Vargas, que admitiu ao promotor ter perseguido a deputada Stela Farias (Vargas é parente consaguínio de um jornalista da RBS e é bem conhecido na casa). O Promotor Amilcar Macedo nunca se preocupou em poupar nomes de assessores próximos da governadora Yeda Crusius. Todos eles foram submetidos à exposição pública vexatória, ameaçados de depoimento sob vara e submetidos a linchamentos públicos,  já que foram apresentados como possíveis quadrilheiros de uma provável conexão política destinada a espionar adversários de Yeda, alavancar dinheiro espúrio para a campanha eleitoral e espionar e perseguir adversários. Nada disto era verdade, como se vê agora na denúncia". Acessa também o link a seguir http://tinyurl.com/4zjg7mz para ler os documentos que acompanham a matéria de Políbio Braga.

Nenhum comentário: