quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Exército reduz toque de recolher e pede fim de protestos no Egito

As Forças Armadas do Egito reduziram nesta quarta-feira o toque de recolher em três horas e pediram para que os manifestantes encerrem os protestos que atraem milhares de egípcios há nove dias pela queda do ditador Hosni Mubarak, no poder há 30 anos. As medidas, além da retomada da internet após cinco dias, parecem um esforço do governo para retomar aos poucos a normalidade no país, horas depois  de um pouco convincente discurso de Mubarak na TV estatal prometendo não concorrer novamente. O toque de recolher será imposto agora das 17 horas às 7 horas, em vez das 15 horas às 8 horas. Ele foi imposto na sexta-feira passada, dia de violentos confrontos entre manifestantes e as forças de segurança em todo país, mas foi violado todo tempo por centenas de manifestantes que dormem há dias na praça Tahrir, no centro de Cairo, epicentro da revolta popular. Em comunicado lido na TV, o porta-voz das Forças Armadas pediu ainda nesta quarta-feira o fim dos protestos. "É possível que vivamos uma vida normal, é possível para os netos dos faraós e os construtores das pirâmides superar as dificuldades e conquistar segurança", disse. "Sua mensagem chegou, suas demandas foram conhecidas, vocês são capazes de trazer a vida normal ao Egito", completou. O Exército tem um papel crucial na crise política no Egito. Diferentemente da polícia e das forças antidistúrbios, os militares recebem confiança dos manifestantes. Os egípcios dizem que os militares não atacariam com violência os manifestantes, já que muitos têm parentes e amigos entre os que protestam pelo fim do regime. A organização nazista islâmica Irmandade Muçulmana, mais organizado grupo de oposição, afirmou recentemente querer negociar com o Exército, para chegar a um acordo sobre a transferência de poder de forma pacífica.

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