quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Avião cai após tripulação abortar missão de bombardear Benghazi

Avião caça Sukhoi SU22
Um avião caça das Forças Aéreas da Líbia caiu nesta quarta-feira perto de Benghazi depois que sua tripulação se recusou a obedecer as ordens de bombardear a cidade e se ejetou da aeronave, um Sukhoi-22 de fabricação russa, caindo em segurança em terra firme com a ajuda de paraquedas, informou o jornal líbio "Quryna". De acordo com um coronel de uma base aérea perto de Benghazi, os tripulantes eram o capitão Attia Abdel Salem al Abdali e seu número dois, Ali Omar Gaddafi. Ali Omar Gaddafi é da mesma tribo do ditador Muammar Gaddafi, os Gadhadhfa, disse Farag Al Maghrabi, morador que viu os pilotos e os destroços do jato. Al Maghrabi disse que a aeronave caiu em uma área deserta nos arredores do porto de Breqa, sem causar maiores danos. A recusa dos militares mostra que o ditador Muammar Gaddafi está cada vez mais isolado até mesmo dentro das suas Forçar Armadas. Mais cedo, oficiais do Exército líbio na zona de Al Jabal al Akhdar, no nordeste do país, anunciaram que já fazem parte da "revolução do povo", em um vídeo divulgado pelas emissoras de televisão árabes Al Jazeera e Al Arabiya. "Nós, os oficiais e os soldados das forças armadas na zona de Al Jabal al Akhdar, anunciamos nossa união total à revolução popular", disse um porta-voz militar das Forças Armadas líbias na região. O porta-voz anunciou ainda o compromisso desses militares em trabalhar para proteger as instalações públicas e privadas na região. Na véspera, o ministro do Interior líbio e general do Exército, Abdul Fatah Yunis, pediu demissão e incentivou as Forças Armadas a se unirem ao povo em sua luta por legítimas reivindicações, informou a Al Jazeera. Fontes citadas pela cadeia Al Jazeera na terça-feira já anunciavam que os opositores do regime tinham tomado o controle de Al Baida, situada entre Benghazi e a fronteira com o Egito. Já o responsável de relações gerais do Ministério do Interior líbio, Naji Abu Hrus, advertiu que em Al Baida foi proclamada a criação de "um emirado islâmico". O ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, informou na manhã desta quarta-feira que a província líbia de Cyrenaica (leste) já não está mais sob controle do governo de Gaddafi. Intensos tiroteios foram registrados nesta quarta-feira em Trípoli, enquanto forças leais a Gaddafi, apertam o cerco na capital do país. A indignação internacional aumentou um dia depois de o ditador ter prometido defender seu regime e pedir para partidários que reprimam os manifestantes de oposição. Após uma semana de revolta, manifestantes apoiados por unidades do Exército que desertaram reivindicaram o controle de quase toda a parte leste da costa líbia, incluindo diversas áreas produtoras de petróleo.

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