quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Negociador palestino diz que teme ser "executado'' por causa de documentos vazados

O negociador-chefe palestino Saeb Erekat disse que teme ser "executado" devido à decisão da rede de TV árabe Al-Jazeera de divulgar centenas de documentos secretos que dizem respeito às negociações de paz com Israel. Os documentos vazados sugerem que os líderes palestinos estariam dispostos a fazer grandes concessões aos israelenses, incluindo permitir que Israel anexasse praticamente todos os assentamentos judaicos construídos em Jerusalém Oriental em troca de terras em outras regiões. Erekat é citado como o mensageiro das propostas. Ele admitiu que ao menos parte dos documentos é verdadeira, mas que eles não são "oficiais". A quem interessa a divulgação desses documentos? Quem sai ganhando com isso? Sem qualquer sombra de dúvida, a Al-Jazeera trabalhou e trabalha a favor dos terroristas do Hamas. "Hoje, o que está sendo feito contra nós (a divulgação dos documentos pela Al-Jazeera) passa a mensagem de que nós somos culpados, nós devemos ser executados", disse Erekat em Ramallah. O negociador disse que vai investigar a origem dos vazamentos e, caso fique provado que os documentos vazaram de seu escritório, assumirá "a responsabilidade". Questionado se estava fazendo, em privado, concessões que iriam além do que o povo palestino estava preparado para ceder, Erekat disse que está mantendo a população a par do andamento das negociações. A Autoridade Palestina foi duramente atingida pela revelação dos documentos, que mostram que, em reuniões privadas com negociadores israelenses, os líderes palestinos ofereceram a Israel, por exemplo, a anexação de assentamentos em Jerusalém Oriental e barreiras ao direito de retorno dos refugiados palestinos aos territórios ocupados. Erekat é citado em vários dos 1,6 mil documentos secretos publicados pela Al-Jazeera e pelo jornal britânico The Guardian. Os documentos abrangem dez anos de negociações entre israelenses e palestinos intermediadas pelos Estados Unidos. Na última terça-feira, uma penúltima leva de papéis divulgados sugeria que a Autoridade Palestina conspirou com forças de segurança de Israel para matar o terroristas islâmico palestino Hassan Al-Madhoun, morto posteriormente por um míssil israelense em Gaza. Os documentos também indicam um envolvimento do serviço de inteligência britânico, o MI6, em tentativas de enfraquecer a organização terrorista Hamas, antes que esse tomasse o controle de Gaza, quatro anos atrás.

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