sábado, 29 de janeiro de 2011

Exxon contabiliza como perda dois poços do pré-sal

A gigante americana Exxon contabilizou como perdas, em seu balanço do quarto trimestre de 2010, dois poços perfurados no pré-sal da Bacia de Santos, alegando que não contêm reservas comerciais de óleo ou gás natural. Depois de três poços perfurados na região, a empresa e seus sócios parecem ter desistido de tentar encontrar óleo, em um caso que pode se configurar o primeiro grande fracasso na exploração do pré-sal brasileiro. A Exxon é operadora do bloco BM-S-22, onde tem parceria com a também americana Hess e com a Petrobrás. A concessão, ao sul das descobertas Carioca e Guará, da Petrobrás, era apontada como uma grande aposta no pré-sal, por estar perto de uma gigantesca estrutura geológica conhecida como Pão de Açúcar. O último poço da Exxon, Sabiá-1, foi perfurado na porção sul do bloco, com o objetivo de atingir essa jazida. Os dois poços anteriores também foram reconhecidos em balanço como despesa, uma vez que não atingiram jazidas comerciais de petróleo. A companhia não informou se devolverá a concessão, limitando-se a dizer que vai atuar com a Agência Nacional do Petróleo e com os sócios para "definir os próximos passos do nosso plano de avaliação do bloco". O plano de avaliação do bloco previa a perfuração inicial de até quatro poços. Mas, fontes próximas a operações no pré-sal não acreditam que o consórcio vai investir no quarto poço. "As empresas já gastaram uns US$ 400 milhões e não obtiveram resultado. É difícil que continuem insistindo", diz um executivo do setor. O período exploratório do BM-S-22 termina em 2014. O BM-S-22 é o único bloco de águas ultraprofundas na Bacia Santos operado por uma empresa privada. O restante é operado pela Petrobrás, mas tem participação de companhias estrangeiras. A estatal já anunciou reservas estimadas em cerca de 14 bilhões de barris de petróleo na região, em descobertas como Tupi, Iara e Guará. A Exxon não é a única a obter maus resultados em busca de petróleo do pré-sal. A britânica BG também fracassou no poço Corcovado 2, perfurado no bloco BM-S-52, a oeste das grandes descobertas da Petrobrás.

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