sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

WikiLeaks revela desencanto dos Estados Unidos com dissidentes cubanos

Os Estados Unidos estão perdendo a confiança no papel dos dissidentes tradicionais em Cuba, segundo uma comunicação diplomática revelada pelo WikiLeaks, sugerindo uma mudança na estratégia de Washington para tentar provocar mudanças na ilha comunista. A análise, enviada em abril de 2009 pela Seção de Interesses dos Estados Unidos em Havana, descreve a oposição cubana como sendo um grupo desconectado da sociedade, polarizado e frequentemente manipulado pelas autoridades de segurança cubanas. "Sem uma verdadeira epifania entre os líderes da oposição e a diminuição da repressão oficial às suas atividades, é improvável que o movimento tradicional de dissidentes substitua o governo cubano", disse o comunicado, publicado pelo jornal espanhol "El País". "Os sucessores imediatos mais prováveis do regime de Raúl Castro virão provavelmente dos funcionários de médio escalão do próprio governo", acrescenta o texto, assinado pelo diplomata Jonathan Farrar, chefe da Seção de Interesses. O comunicado diplomático afirma que os dissidentes parecem mais preocupados em conseguir dinheiro do que em mobilizar a sociedade cubana: "Uma organização política disse bastante aberta e francamente ao chefe da missão que precisava de recursos para pagar salários, e apresentou um orçamento com a esperança de que a Seção de Interesses pudesse cobri-lo". O texto acrescenta que os dissidentes tradicionais são velhos demais, e que uma nova geração de blogueiros e artistas tem se mostrado mais eficaz e popular junto aos cubanos.

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