segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Brasil recebe avião de patrulha marítima

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, participaram na sexta-feira, na base de Getafe, na Espanha, da cerimônia de inspeção e recebimento do primeiro avião de patrulha marítima P-3AM modernizado pela Airbus Military para a Força Aérea Brasileira (FAB). O pacote completo é composto por nove aeronaves P-3, fabricadas nos Estados Unidos, convertidas a partir de um lote de 12, ao custo de US$ 470,9 milhões. O grupo especializado em aviação de patrulha da FAB vai levar a observação oceânica até o limite da África, expandindo consideravelmente a capacidade de busca e resgate. A área de cobertura de segurança sob responsabilidade do País é de cerca de 6 milhões de quilômetros quadrados sobre o Atlântico. Mais que isso, os grandes turboélices de quatro motores ganharam notável capacidade de combate. Podem lançar o míssil ar-superfície Harpoon, com alcance de 90 quilômetros, e despejar minas antinavio. A capacidade total de carga é de 9 toneladas, incluídos aí torpedos, bombas guiadas, cargas de profundidade e mísseis ar-ar de curto alcance da classe Piranha. O P-3AM é a versão militar do Electra, utilizado na ponte aérea entre Rio de Janeiro e São Paulo, de 1975 a 1992. As aeronaves vão ficar na base aérea de Salvador, agregadas ao 7º Grupo de Aviação. Pesadas e de grande porte, podem permanecer em vôo por 16 horas, com alcance de até 9 mil quilômetros em patrulha, ou metade disso em missão de ataque. O complexo sistema de procura e localização eletrônica é muito avançado, identifica objetos de 60 centímetros sobre a água e esquadrinha blocos de centenas de quilômetros simultaneamente. A capacidade de detecção submarina é informação sigilosa. Os aviões são usados, comprados por meio de negociação direta entre governos. Foram fabricados entre agosto de 1964 e dezembro de 1965. Estavam estocados no Centro de Manutenção e Recuperação (Amarc) mantido pela Força Aérea americana em Tucson, no extra seco deserto do Arizona. Os esquadrões saíram de serviço depois de operar por mais de 25 anos. O custo de cada um é estimado em US$ 800 mil - só a aeronave. O sistema de bordo, digital e de alto desempenho, é de última geração, fornecido pela EADS-Casa, empresa franco-espanhola. A Aeronáutica vai receber nove aviões operacionais. Manterá na reserva os outros três para "canibalizar". Vão servir como depósito de peças e componentes. Um terá arranjos internos para instrução de operadores, mantendo a capacidade de uso regular. O avião patrulheiro mede 35,5 metros de comprimento por 30,3 metros de envergadura. Leva de 11 a 16 tripulantes e tem 6 consoles digitais de trabalho.

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