sábado, 13 de novembro de 2010

O idílio entre um petista, a Anvisa e fabricantes de remédio

Laboratórios farmacêuticos contribuíram com doações de R$ 140 mil para ajudar a quitar dívidas de campanha do deputado eleito Newton Lima Neto (PT), ex-prefeito de São Carlos (SP). A ajuda foi pedida no dia 26 de outubro, durante almoço com representantes do setor em seminário organizado pelo Sindusfarma (Sindicato da Indústria Farmacêutica do Estado de São Paulo). No almoço também estava o diretor da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Dirceu Barbano, que trabalhou com o petista Lima na prefeitura de São Carlos e chegou à agência por indicação do amigo, há um ano. Os R$ 140 mil doados pelos laboratórios pingaram na última semana de outubro, após o almoço. Somadas doações feitas antes, Lima recebeu R$ 279 mil do setor. Newton Lima não tem ligação histórica com a indústria. Sua principal base eleitoral é a área de educação. As doações de outubro foram feitas dias depois de os laboratórios receberem sinais de que uma decisão que causara grande contrariedade na indústria entre o primeiro e o segundo turno da eleição presidencial poderia ser reavaliada pelo governo. Um dos empresários que conversaram com Lima no dia 26 disse que o ex-prefeito mencionou um rombo de R$ 400 mil que precisava cobrir e pediu ajuda para contatar outros doadores. A pressa do petista em angariar o que faltava para quitar a campanha se explicava pelo prazo final para prestação de contas fixado pela legislação eleitoral, que acabava em 2 de novembro. Representantes da indústria que falaram com Barbano nas últimas semanas disseram que ele prometeu ajudá-los numa queda de braço que as empresas travam há meses com a agência, principal órgão responsável pela fiscalização do setor. Com o objetivo de combater a falsificação de remédios e outras fraudes, a Anvisa criou um selo de segurança que precisará ser afixado em todas as caixas de medicamentos vendidas no País. Entenderam agora o objetivo da criação do selo?

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