quinta-feira, 4 de novembro de 2010

José Roberto Arruda participa de acareação com delatores do Mensalão de Brasília

O ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, acusado de ser o chefe do Mensalão de Brasília, esteve nesta quinta-feira pela primeira vez frente a frente com os delatores do esquema que abalou a política local. Por cerca de uma hora, José Roberto Arruda participou de acareação junto com os delatores Durval Barbosa e Edson Sombra, principais testemunhas do Mensalão de Brasília. Os três foram ao Conselho Nacional do Ministério Público, que investiga a participação de promotores no esquema de coleta e distribuição de propina. Eles foram convocados a pedido da promotora Deborah Guerner, principal investigada pelo Conselho Nacional do Ministério Público. Durval Barbosa era secretário de Relações Institucionais do governo Arruda quando, no ano passado, decidiu colaborar com a Justiça em troca de delação premiada. Edson Sombra, por sua vez, foi o pivô da prisão de Arruda no início do ano, quando o ex-governador foi acusado de tentar suborná-lo. Todos mantiveram as versões sobre a atuação da promotora, com exceção de um "ponto controverso". Segundo o delator do Mensalão de Brasília, Durval Barbosa, o ex-chefe do Ministério Público do Distrito Federal, Leonardo Bandarra, teria recebido mais de R$ 1,6 milhão, além de mesada, para interferir no Ministério Público e impedir investigações sobre os contratos do lixo. De acordo com Barbosa, a promotora Deborah Guerner seria a intermediária da negociação. Um das conversas, segundo depoimento de Barbosa, foi feita na sauna da casa da promotora. José Roberto Arruda, por sua vez, acusa o ex-governador e inimigo político Joaquim Roriz (PSC) de ter pago propina para a promotora Deborah Guerner. Arruda disse ter ouvido da promotora que Roriz lhe pagou R$ 2,4 milhões, divididos em três prestações de R$ 800 mil, para que não fosse investigado por irregularidades em sua gestão. O ex-governador depôs na condição de testemunha.

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