sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Jornal israelense Haaretz aponta que ditador Hugo Chavez quer invadir Costa Rica

Cesar Maia, ex-prefeito do Rio de Janeiro, explica em seu ex-blog as intençõe do ditador venezuelano Hugo Chavez de promover uma invasão na Costa Rica, apoiando seus asseclas da Nicaragua, para a construção de um segundo canal, em oposição aos norte-americanos. "1. O jornal Haaretz, de Israel, especula que a recente disputa entre Costa Rica e Nicarágua pela Ilha Calero, no rio San Juan, é um sinal de um ambicioso plano da Venezuela, Irã e Nicarágua de construir um canal interoceânico em solo nicaraguense que rivalize com o Canal do Panamá. O jornal panamenho La Estrella repercutiu a matéria junto ao presidente Ricardo Martinelli, do Panamá, que se mostrou despreocupado. Mas reiterou seu apoio à Costa Rica nesse conflito com a  Nicarágua. E sublinhou:  "Não podemos permitir, como latino-americanos, que nenhum país invada o outro de maneira alegre mandando suas tropas para território alheio. A ONU e a OEA são os fóruns adequados para se negociar essas diferenças". 2.  Vamos à origem de tudo. Em 1853, William Walker, médico, advogado, jornalista, escravocrata, formou uma milícia e entrou pelos estados mexicanos da Baixa Califórnia e Sonora, declarando-se presidente da República, rompendo os termos do acordo de paz entre EUA-México pós-guerra de 1848. Sem apoio e processado por ter rompido o tratado de paz, retornou em 1854. 3.  A guerra civil na Nicarágua entre o partido democrático - com base no norte, em León - , e o partido legitimista - com base no sul em Granada - estimulou o partido democrático a chamar a milícia de William Walker para apoiá-lo. Com inicialmente 58 homens, Walker chegou à Nicarágua. No campo de batalha, no sul, um impasse militar terminou levando Walker a ser aceito como general comandante do exército. Não demorou muito para que, num golpe de mão, assumisse a presidência como ditador. Reestabeleceu o escravagismo e o inglês como língua oficial. A imprensa americana aplaudiu e legitimou-o e o governo do presidente dos EUA, Franklin Pierce, ficou neutro a respeito. 4. O magnata Cornélio Vanderbilt, vendo a oportunidade aberta, criou a Companhia do Canal e de Trânsito, e com engenheiro francês desenhou o Canal da Nicarágua, 50 anos antes da construção  do Canal do Panamá. Vejamos o trajeto.  O rio San Juan tem dois momentos. O rio San Juan del Norte, que vem do Caribe-atlântico, e o San Juan del Sur, que deságua no Pacífico. Entre os dois, o enorme Lago da Nicarágua com 8.624 quilômetros quadrados. O projeto do canal era perfeitamente viável. Mas Walker decidiu achacar Vanderbilt e pediu a fortuna de 412 mil pesos para autorizar. Com a negativa, decretou em 18/02/1856 o confisco dos navios e propriedades da empresa de Vanderbilt na Nicarágua. 5. A Costa Rica declarou guerra a Walker e, em seguida, com Honduras e El Salvador, constituíram um exército coordenado. Derrotaram Walker, que fugiu para os Estados Unidos. Recebido como herói, se entusiasmou, armou uma milícia maior que a inicial e retornou. Mais uma vez derrotado, tentou uma terceira vez. Com a ajuda dos ingleses, o exército hondurenho o prendeu e fuzilou. Seu corpo está enterrado em Honduras. 6. O projeto de Vanderbilt foi abandonado pela instabilidade permanente na região. 7. O projeto Chávez, Ortega, Ahmadinejad, reproduz o projeto Vanderbilt. É tecnicamente possível e avaliado em pelo menos 10 bilhões de dólares. Por isso, o aval do Irã. Mas para que seja viável teria que usar parte do território de fronteira com a Costa Rica e, no caso, uma parte do próprio território da Costa Rica. Daí a ocupação - manu militari - que Ortega realizou, iniciando a dragagem de um trecho sob a direção do ex-comandante guerrilheiro  Eden Pastora (até aqui adversário de Ortega).

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