domingo, 28 de novembro de 2010

Horas antes de divulgar dados secretos, Wikileaks sofre ataque de hackers

O site Wikileaks, especializado na publicação de documentos confidenciais, disse neste domingo ser vítima de um ataque cibernético, horas antes da provável divulgação de dados secretos do governo americano. "Nós estamos agora sob um ataque de rejeição de servidores massivamente distribuído", afirmou o Wikileaks por meio de seu perfil no serviço de microblogging Twitter. Segundo o comunicado, mesmo que o Wikileaks saia do ar, jornais de diversos países irão publicar informações trocadas entre embaixadas dos Estados Unidos, supostamente obtidas pelo site. Os jornais citados pelo Wikileaks são El Pais (Espanha), Le Monde (França), Der Spiegel (Alemanha), The Guardian (Grã-Bretanha) e The New York Times (Estados Unidos). O fundador do Wikileaks, o australiano Julian Assange, disse neste domingo a jornalistas que o material a ser divulgado cobre essencialmente "todos os assuntos importantes em todos os países do mundo". Para ele, o governo dos Estados Unidos tem medo de ter que prestar esclarecimentos em relação aos documentos que serão vazados. Em julho, mais de 70 mil documentos secretos sobre o envolvimento dos Estados Unidos na Guerra do Afeganistão foram divulgados pelo site. Entre as informações divulgadas, algumas eram relativas ao chefe da rede terrorista Al-Qaeda, Osama Bin Laden. Já em outubro, mais dados confidenciais divulgados pelo Wikileaks indicavam que os Estados Unidos praticaram no Iraque execuções sumárias, crimes de guerra e se omitiram diante de denúncias de tortura praticada por autoridades iraquianas depois da invasão do país, em 2003. Os Estados Unidos já pediram que o Wikileaks não divulgue quaisquer informações confidenciais, alegando que elas podem colocar funcionários do governo em perigo e alertando para possíveis violações da lei. O jornalista Simon Hoggart, do Guardian, disse que as informações do Wikileaks devem incluir opiniões desagradáveis do governo americano em relação ao primeiro-ministro britânico, David Cameron. "Certamente haverá algum constrangimento para o ex-primeiro-ministro Gordon Brown, mas ainda mais para David Cameron, que não era muito bem visto pelo governo de Barack Obama ou pelo embaixador dos Estados Unidos na Grã-Bretanha". As suspeitas deste último vazamento de informações recaem novamente sobre o analista de inteligência do Exército americano Bradley Manning, que já havia sido preso em junho passado sob acusação de entregar dados confidenciais ao Wikileaks. O fundador do Wikileaks está sendo processado por estupro na Suécia. Ele nega as acusações e se diz vítima de uma campanha de difamação orquestrada por opositores do site. As informações do Wikileaks também devem atingir o governo Lula.

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