quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Mestre da USP é acusado de plagiar professora de Feira de Santana

Uma professora da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) denunciou um ex-aluno da Universidade de São Paulo (USP) de ter plagiado sua dissertação de mestrado, na área de geografia. A Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP instaurou processo administrativo para apurar o caso. Se for comprovado o plágio, o ex-aluno pode perder o título de mestre. A professora da Uefs, Edinusia Moreira Carneiro Santos, diz que longos trechos de sua dissertação “Reorganização Espacial e Desenvolvimento da Região Sisaleira da Bahia - O Papel da Associação dos Pequenos Agricultores da Cidade de Valente”, defendida em 2003, foram copiados sem a devida citação por Écio Aparecido Ricci. “Foram copiados até agradecimentos, bem como a conclusão, como se fossem dele”, disse Edinusia em comunicado divulgado pela Uefs. Ricci afirmou ao Estado ter “convicção que não plagiou ninguém”. “Eu citei a dissertação dessa professora e a indiquei devidamente na bibliografia”, diz. Ele alega que ainda não foi comunicado oficialmente pela USP sobre a investigação, mas já está enfrentando problemas em seu emprego: “Passei em concurso público mas estou em estágio probatório. Não fui condenado por nada, mas já estou sofrendo um linchamento público". As titulações de Mestrado e Doutorado no Brasil tornaram-se um caso de polícia. As fraudes são constantes, e a mais comum é a do plágio escancarado. Tese de mestrado ou doutorado plagiada é um crime, capitulado no Código Penal. Seus autores, assim como os orientadores das teses, e a banca examinadora, deveriam ser denunciados criminalmente na Justiça. A revelação desta vertente de fraudes começou em Porto Alegre, quando o filósofo e jornalista gaúcho Luis Milman denunciou fraude em tese defendida na Universidade Federal do Rio Grande do Sul por Gilberto Kmohan, orientado pelo professor-jornalista Sérgio Caparelli. Luis Milman foi perseguido, mas o caso subiu até a última instância dentro da universidade, o Conselho Universitário, onde foi ratificada a cassação da titulação concedida ao fraudador. Quem concede esses títulos no Brasil é o Ministério da Educação. Esse documento é vital para a progressão na carreira acadêmica. Portanto, a fraude na sua obtenção leva a fraudes acadêmicas em sucessão. Até hoje a Procuradoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul não tomou iniciativa que deveria tomar, de ofício, qual seja, a de denunciar à Justiça Gilberto Kmohan, seu orientador Sérgio Caparelli e o restante da banca examinadora.

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