quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Jornalista não estava a serviço do jornal mineiro quando encomendou violações de sigilos

O ex-jornalista Amaury Ribeiro Jr. não estava a serviço do diário "Estado de Minas" quando encomendou e, segundo a Polícia Federal, pagou pela violação dos dados fiscais de parentes e pessoas próximas ao candidato José Serra (PSDB), segundo cruzamento de informações obtidas pela Folha com a investigação. Amaury fez parte do "grupo de inteligência" da pré-campanha de Dilma Rousseff (PT). Conforme a Folha revelou em junho, os dados fiscais sigilosos dos tucanos foram parar em um dossiê que circulou entre pessoas do comitê dilmista. Em depoimento à Polícia Federal, o despachante paulista Dirceu Garcia admitiu que recebeu R$ 12 mil em dinheiro vivo das mãos de Amaury para comprar as declarações de renda das pessoas próximas a Serra. De acordo com registros trabalhistas, Amaury foi contratado pelo "Estado de Minas" em setembro de 2006. No dia 25 de setembro de 2009 saiu em férias por um período que iria até 14 de outubro. No dia 15 do mesmo mês, quando teria de voltar ao trabalho, pediu demissão e deixou o jornal, sem aviso prévio. De acordo com o depoimento do despachante Garcia, Amaury lhe encomendou as violações dos documentos fiscais dos tucanos no final de setembro. No dia 8 de outubro, Amaury saiu de Brasília e foi a São Paulo buscar a papelada. O pagamento foi feito em dinheiro vivo no banheiro do bar Dona Onça, na avenida Ipiranga. Ou seja, quando encomendou e desembolsou o dinheiro pelo serviço, Amaury não estava a serviço do "Estado de Minas", apesar de no papel manter vínculo com a empresa. Segundo a Folha apurou com pessoas envolvidas na investigação, o jornal bancou formalmente as viagens de Amaury até agosto de 2009. Em outubro, suas passagens de avião foram pagas em dinheiro vivo. A KGB petista está sendo desmentida.

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